Leitores, telespectadores, radiouvintes e internautas, boa parte do povo gaúcho, enfim, está desde o fim do Fantástico alertando que as falcatruas são habituais na Assembleia Legislativa.
Pode até ser verdade, quem sou eu para duvidar de tanta gente que anda se manifestando?, mas é preciso provar, denunciar, trazer informações concretas.
O leitor Carlos não traz denúncia alguma, mas sintetiza o sentimento dominante depois que soubemos, na sexta, que os juízes e similares ganhariam vale-refeição mensal de R$ 800 - benefício retroativo a 2011.
"A imprensa e todo povo gaúcho estão estarrecidos com mais essa mordomia.
Vergonha!
Depois da aposentadoria precoce dos deputados auto decretada no ano passado, faz-se urgente acabar com o poder do Legislativo e do Judiciário de legislar em causa própria.
E eliminar as mordomias adquiridas, que não podem ser confundidas com direitos adquiridos."
Assinado: Carlos Pretto Martini
O desabafo do leitor é anterior à denúncia das falcatruas na Assembleia exibida pelo Fantástico, ele fala do vale-alimentação que os juízes se autoconcederam, mas.
Mas Carlos bem poderia estar falando do caso do deputado suspeito de embolsar parte do salário de servidores, da manipulação de quilometragem dos carros, da Petrobras, do BNDES, do.
Como disse acima, precisamos começar a dar a cara a tapa, denunciar com fundamento, apresentar evidências da corrupção e dos excessos que flagramos.
O cidadão brasileiro está atrasado no quesito participação. Já não basta votar e, como ocorre com frequência, depois lamentar. Nossa quase nula participação ameaça nos colocar na vexatória condição de cúmplices de tudo o que há de errado - e não são poucas as coisas erradas atualmente em cartaz.
Assim acomodados e silenciosos, nos assemelhamos valendo àqueles políticos que se dizem honestos mas que raramente abrem a boca para denunciar o que enxergam pelos corredores e gabinetes. Silenciar é sinônimo de virar cúmplices de tudo o que vem à tona.
Opinião
Gilberto Blume: silenciar é virar cúmplice de tudo o que vem à tona
O cidadão brasileiro está atrasado no quesito participação
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