"(...) penso que se comentares a situação por mim vivenciada possas contribuir para melhorias no descarte de medicação vencida. Concordo que não podemos descartar medicação vencida em lixo comum, mas vi o quanto é difícil o descarte correto. Estive em umas 15 farmácias do Centro tentando descartar uma medicação vencida e, para minha surpresa, nenhuma faz a coleta. Consegui deixá-la na farmácia do CES, mas confesso, já estava a fim de deixá-la no lixo comum mesmo, pois é preciso tempo, disposição e muita boa vontade para fazer a peregrinação.

É necessário ampliar os pontos de coleta e divulgá-los".
O relato acima é de uma leitora que pede anonimato.
O nome da leitora, porém, pouco importa.
O que de fato importa é que as farmácias são os estabelecimentos responsáveis por receber remédios vencidos e encaminhá-los para destruição por uma empresa especializada.
A regra foi instituída em 2011 pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O objetivo do descarte correto de medicamentos fora de validade é basilar: impedir que toda espécie de drogas, notadamente antibióticos, sejam depositadas no lixo doméstico e acabem contaminando o solo e as águas.
O assunto é sério. Também é sério o descumprimento às regras.
Caxias possui 188 farmácias e drogarias. Para obter alvará de funcionamento, esses estabelecimentos precisam comprovar à Vigilância Sanitária Municipal ter o Programa de Gerenciamento de Resíduos.
O programa serve para a farmácia recolher seus próprios resíduos e também para receber remédios vencidos entregues pela população.
Esse é o X da questão.
As farmácias, para estarem abertas, precisam ter alvará. E para ter alvará, já se disse, devem apresentar o Programa de Gerenciamento de Resíduos.
Nem todas, aliás pouquíssimas, recebem remédios vencidos trazidos pela população. A leitora acima é praticamente uma heroína tentando fazer a coisa certa.
Por que nem todas as farmácias recebem remédios vencidos conforme preconiza a Anvisa?, há de perguntar algum dos 17 leitores da coluna.
Leia amanhã.