Ok, ninguém ignora a situação falimentar da Previdência Social, motivo pelo qual Brasília está implantando um novo modelo com novas regras para o brasileiro se aposentar.
No frigir, é preciso impedir que o brasileiro se aposente cedo e vire um fardo para os cofres públicos. É assim no Brasil, é assim no mundo.
A Grécia, por exemplo, está a um passo da bancarrota. Qual o conselho que o FMI e a União Europeia dão para minimizar a situação grega?
Reduzir o volume de pagamentos a aposentados, pensionistas e quetais.
Graças ao aumento da expectativa de vida, os aposentados estão virando maioria aqui, na Grécia, seja onde for. Contudo, não há nação que consiga sustentar tanta gente que resolveu se aposentar e, em muitos casos, virou improdutiva por 20, 30 anos.
Há um porém.
De novo não se vê o mesmo rigor sendo aplicado em outros setores que sabidamente provocam sangria nos cofres públicos.
Na atual crise econômica em cartaz o foco é o trabalhador, como sempre.
Ninguém desconhece, pois, que a situação da Previdência é péssima e tende a piorar.
O governo e o Congresso, porém, deveriam dar uma boa olhada ao redor para ver aonde mais dá para cortar gastos.
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Depois da piada de mau gosto que obriga toda a frota nacional a adotar o extintor ABC, em número insuficiente no mercado, agora o Conselho Nacional de Trânsito, o Contran, se prepara para anunciar outra bomba: os veículos de transporte escolar terão de oferecer cadeirinha de bebê para crianças de até sete anos e meio.
Ninguém questiona a validade da medida. Segurança nunca é demais. Mas dá tranquilamente para imaginar a correria, os atropelos, os prós e contras que se sucederão ao anúncio da medida-surpresa. A grita promete ser grande e virá de todos os lados: proprietários de veículos, fabricantes de cadeirinhas, pais, crianças, todos gastaremos energia em doses industriais debatendo o assunto porque o país, naturalmente, não estará preparado para adotar a regra.
O Contran ainda não definiu a data para a medida entrar em vigor.