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Os moradores do bairro Cidade Industrial encerraram o protesto de sexta-feira no Km 72 da ERS-122 (Rota do Sol) com a expectativa de receber uma resposta do Estado contra os acidentes. Não virá tão cedo, infelizmente.
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informou à reportagem que não existe protocolo sobre o pedido de melhorias no trecho de acesso ao bairro e tampouco previsão de pardal ou lombada eletrônica.
O departamento também confirma que lombadas físicas (quebra-molas) não são permitidas em rodovias. Outro detalhe relevante: a estrada em questão está sob a responsabilidade da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), conforme o Daer. Portanto, cabe à empresa promover melhorias.
Questionada, a EGR informou que a abrangência de atuação não inclui o Km 72 da ERS-122.
É cartilha repetida: ninguém assume os problemas na estrada.
No trecho, 18 pessoas morreram em acidentes desde 1997. Nos últimos seis anos, outras 81 pessoas ficaram feridas em 154 acidentes.
Os nós no acesso ao Cidade Industrial e arredores possivelmente só serão resolvidos por intermédio do Ministério Público (MP), o que também não é novidade. Nos últimos dois anos, a promotoria cobrou intervenção do Estado em 16 pontos considerados perigosos para o trânsito no trecho urbano da Rota do Sol, o que incluía o Cidade Industrial. Houve somente obras paliativas no São Ciro II e no acesso a Monte Bérico.
Com a troca de governo, nada avançou. Novamente, o promotor de Justiça Ádrio Gelatti convocará reunião com o atual Secretário Estadual de Transportes e Mobilidade para exigir posição oficial do que se pretende fazer.
Na resposta do Daer sobre o acesso ao Cidade Industrial, chama a atenção a impossibilidade de rodovias terem quebra-molas. Os moradores sugerem lombadas iguais às que foram implantadas no acesso ao São Ciro II (RSC-453) por meio convênio entre Estado e a prefeitura de Caxias, em abril de 2014.
Se no São Ciro II foi possível reduzir a velocidade de veículos com obstáculos, fica difícil entender a inviabilidade de se empregar recurso semelhante no Cidade Industrial.
A paciência parece ser virtude entre os cidadãos mobilizados por melhorias. Moradores do Cidade Industrial darão mais um prazo ao Estado. O grupo esperará 15 dias até que o Estado divulgue uma data ou proposta. Caso contrário, a ideia é bloquear o trânsito durante o dia todo. Dá para imaginar o transtorno.