A dor que acompanha João Moreira Rizzon poderia ser aliviada com uma cirurgia na coluna. Conseguir a intervenção médica é o problema. O aposentado de 72 anos é segurado do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (IPAM) de Caxias do Sul. O médico de Rizzon disse que só fará a cirurgia se os parafusos e pinos forem da marca recomendada por ele próprio. Outro médico também emitiu o mesmo parecer. O IPAM vai na contramão e oferece um produto diferente, mais barato.
Resultado: a cirurgia empacou e Rizzon se sente escamoteado. Desde então, lá se vai quase um ano de espera e dor nas costas. A mala para o hospital está pronta na esperança de que tudo se resolva da noite para o dia. Não será fácil, reconhece o homem.
O pedido de cirurgia foi formalizado em maio do ano passado para substituir parafusos e pinos implantados há nove anos. No início, o IPAM informou que pagaria em torno de R$ 5 mil, segundo o aposentado.
- O médico recomendou um produto que custa cerca de R$ 18 mil - revela o homem.
Sem acordo, o caso foi parar na Justiça. Em setembro, o IPAM liberou a cirurgia. A presidente da instituição, Cezira Hockele, disse que o valor disponibilizado para Rizzon é R$ 11.641,81:
- Pelo IPAM, a cirurgia tá aprovada desde o dia 29 de setembro no Hospital Saúde. Por lei, o cirurgião aponta três marcas e o IPAM, dentro daquilo que a legislação determina, adquire o de menor preço. A prótese avaliada pelo IPAM é de qualidade e tem regulação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Pela contas do aposentado, faltam pouco mais de R$ 6 mil. Enquanto a solução não vem, Rizzon amortece as fisgadas dolorosas nas costas com medicamentos fortes, alguns à base de morfina. O aposentado imaginava que a idade avançada o livraria de situações desgastantes como essa. Infelizmente, ele estava equivocado.
- Pelo que estou percebendo vou ser obrigado a juntar esse dinheiro e pagar a diferença. Agora eu pergunto: de que adianta ter plano de saúde?- lamenta.
Saúde
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