Ufa!, os dias andam intensos, bem diversos da modorra que se esperava de um verão especialmente canicular. Os sobressaltos vêm de todos os lados, especialmente de cima, como sói acontecer quando tratam o cidadão como súdito: manda quem pode, obedece quem tem juízo. O Palácio do Planalto e o Palácio Piratini não têm dado chance para o cidadão respirar. Mais um pouco e seremos sufocados pela falta de objetividade do governador Sartori e pelo excesso de objetividade da presidente Dilma. Reparem que os dois estão no poder há menos de um mês e já conseguiram balançar o coreto diversas vezes.

E como balançaram.
Dilma está executando tudo o que Sartori gostaria de executar mas não pode porque reina num palácio subalterno. Ela faz tudo que prometeu que não faria na campanha eleitoral: aumenta impostos, aumenta o combustível, aumenta a energia para fazer pingar alguns bilhões a mais no cofre raspado pelo próprio governo. Ele diz que vai cortar investimentos para tentar estancar a sangria de bilhões que afeta o cofre, também raspado pelo próprio governo.
Notem que os bilhões que faltam lá e aqui não faltam por culpa nossa, do cidadão. Os bilhões faltam porque em algum momento os governos atuais e anteriores sapatearam sobre a cartilha da gestão em nome de outros objetivos, geralmente inenarráveis em ambientes familiares.
Nenhuma medida de Dilma ou de Sartori assegura, de fato, que ali adiante estaremos melhores do que estamos hoje. Espero estar equivocado, mas a impressão que dá é que estamos de novo sendo usados como balão de ensaio para experimentos com a coisa pública.
De concreto, sabemos que a gasolina aumentará, que a energia elétrica aumentará, que os impostos aumentarão e que não haverá investimento estadual algum pelos próximos seis meses.
Descobri um ventiladorzinho de mesa que ameniza o calorão. O bom da geringonça é que funciona plugada no computador, via cabo USB. A esperança é que o ventinho que as quatro hélices de lata produzem minimize também os sustos que Dilma e Sartori provocam sem parar. Tomara não sejamos surpreendidos com novos apagões. Seria péssimo ser esfaqueado nas costas sem ter a possibilidade de recorrer ao ventinho ressuscitador.