O homem que se apresenta como ex-namorado da princesa da Festa da Uva Henriette Vaccari, encontrada morta há oito dias, continuava recolhido na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul na manhã desta segunda-feira.
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Marcus Vinicius de Oliveira, o Pezão, 28 anos, foi preso por tentativa de homicídio no sábado após desferir duas pauladas no rosto do ajudante de motorista Jordi Palhano, 19. O rapaz recebeu atendimento médico e está em casa.
A liberdade anterior de Pezão, que respondia por diversos crimes, tinha amparo na lei. Além do ataque de sábado, ele é réu em um processo por assassinato de um homem em abril de 2011, e também por tentativa de homicídio contra dois adolescentes, em maio de 2013. Como não há condenação pelo dois casos, ele continuava solto. Mas a situação pode tomar rumo diferente com o envolvimento dele no ataque contra o jovem em pleno Centro.
Geralmente, presos em flagrante, caso de Pezão, são liberados em poucos dias para responder o inquérito em liberdade. A decisão é adotada quando o réu não oferece risco ao andamento do processo ou não representa ameaça para outras pessoas. Essa hipótese tem amparo na lei, e também é aplicada para evitar que uma pessoa fique presa durante muito tempo sem julgamento.
Desta vez, porém, a tendência é manter Pezão na cadeia, pois esse é o terceiro crime contra a vida cometido por ele em menos de dois anos, e também pela repercussão social do caso. A 1ª Vara Criminal, que ficará responsável pela tentativa de homicídio contra Palhano, ainda analisará os termos do flagrante da Polícia Civil. Por envolver réu preso, haverá prioridade na avaliação do juiz. Contudo, o caso ainda não foi distribuído para a 1ª Vara.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) também confirmou que nenhum pedido de liberdade provisória ou de relaxamento do flagrante a favor de Pezão foi encaminhado para a Penitenciária Industrial.
Além dos crimes de homicídio, Pezão tem passagens na polícia por tráfico de drogas, ameaça, posse de entorpecentes e roubo.
A Polícia Civil ressalta que não há nenhum elemento que ligue a morte de Henriette a Pezão.
Histórico de crimes contra a vida
>> 5 de abril de 2011
Marcus Vinicius de Oliveira, o Pezão, invadiu um bar perto da rodoviária de Caxias do Sul e matou Adalíbio Martins Velho, 56, a pauladas. Na época, Pezão alegou ter cometido o assassinato sob o efeito de drogas e também em legítima defesa. Testemunhas, porém, afirmam que o crime foi uma vingança contra Adalíbio, que teria denunciado Pezão por participação em um assalto. Ele ficou preso até janeiro de 2013, e respondia ao processo em liberdade. Em agosto deste ano, a Justiça pronunciou Pezão por homicídio qualificado. Ele será levado a julgamento popular em data a ser marcada.
>> 1º de maio de 2013
Pezão foi indiciado e denunciado por esfaquear dois adolescentes em uma parada de ônibus. O crime aconteceu num feriado marcado por brigas e confusões envolvendo turmas de jovens pelas ruas da cidade, o que motivou a criação de uma força-tarefa para combater a atuação dos chamados bondes em Caxias. Ele deveria comparecer a uma audiência na Justiça no dia 10 de novembro, uma semana antes de Henriette Vaccari ser encontrada morta. Contudo, Pezão não cumpriu a ordem judicial.
>> 22 de novembro de 2014
Pezão agride Jordi Palhano a pauladas na Rua Marquês do Herval, entre a Rua Sinimbu e a Avenida Júlio de Castilhos. Ele é preso em flagrante pelo crime e levado para a Penitenciária Industrial de Caxias.
Crime
Ex-namorado de Henriette Vaccari continua recolhido em presídio de Caxias do Sul
Manutenção da prisão dependerá da avaliação de juiz ou de pedido de liberdade provisória
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