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A necessidade de contratar um vigilante para revistar as mochilas dos alunos do turno da manhã da Escola Estadual Santa Catarina, em Caxias do Sul, expôs a fragilidade do sistema de ensino, acredita a presidente do Conselho Municipal de Educação, Glaucia Helena Homes.
A decisão da escola de contratar o vigilante surgiu por causa de uma brincadeira feita por estudantes das seis turmas do 3º ano do ensino médio. Os adolescetes vestiram pijamas e babydolls em sala de aula. Após, teriam ameaçado ir à escola com armas, drogas e bebidas alcoólicas.
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No entanto, a prática de contratar um profissional de segurança para conferir as mochilas é inédita em colégios de Caxias do Sul, garante Gláucia.
- Não existe nenhuma norma municipal que rege sobre revistas escolares, mas já fui diretora de escola e, para abrir a mochila de um aluno, nós pedíamos por favor e com licença - exemplifica.
Veja imagens da revista:
Gláucia afirma que a atitude da direção do Santa também escancara outra realidade escolar: a crise de identidade de professores e alunos. Conforme ela, alunos ignoram os deveres hierárquicos que deveriam respeitar e professores desistem do diálogo e da comunicação em sala de aula.
Muitas vezes, os professores recorrem à atitudes como esta para não criar conflitos diretos com alunos.
- Olha o ponto que chegamos: recorrer a alguém extra-escolar para vistoriar as crianças. Isso demonstra a decadência da nossa educação - define.
O caso foi parar na Delegacia de Polícia.
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