Praça das Feiras, em Caxias, deve centralizar ponto de safra e feira ecológica, em São Pelegrino

O mesmo modelo de parceria adotado para erguer a Praça do Trem ao lado do Shopping San Pelegrino deve ser seguido para tirar do papel a Praça das Feiras, entre a Rua Feijó Junior e a Avenida Rio Branco, e a revitalização do Largo da Estação. Na semana passada foi assinado o termo de adoção da Praça do Trem, construída com dinheiro do centro de compras. Há tratativas da prefeitura com uma construtora para buscar recursos para a Praça das Feiras e para firmar parceria com proprietários de estabelecimentos para viabilizar os trabalhos no Largo da Estação.

Em 2010, a prefeitura lançou um pacote de obras para o bairro São Pelegrino. Na época, o plano era investir R$ 100 milhões ao longo da linha férrea em uma década. Dos projetos, foi concluído o restauro da antiga Oficina das Locomotivas, hoje Biblioteca Parque Largo da Estação, com recursos do município.

Agora, os planos são mais ambiciosos: entregar as três obras até 2016. Entre novembro e dezembro, a expectativa é ter canteiro de obras na Praça do Trem, junto ao shopping.

O projeto da Praça das Feiras está pronto, mas o secretário do Planejamento, Gilberto Boschetti, prefere não divulgar o nome da construtora que deve fechar parceria com o município nem o orçamento. A lei de parcelamento de solo prevê que o município abra mão de determinada área com a contrapartida da construção de equipamento de lazer no mesmo valor. Conforme Boschetti, se o acordo for fechado, a construtora deve custear outras obras além da Praça das Feiras.

A ideia é que a Praça das Feiras seja longitudinal e centralize o ponto de safra, hoje quase no fim da Os Dezoito do Forte, e a feira ecológica, atualmente no Largo da Estação. Um estudo com a Secretaria dos Transportes deve confirmar a viabilidade de que os caminhões acessem pela Feijó Júnior e saiam pela Rio Branco, ou vice-versa.

- Queremos deixar bem claro que não é ligação viária, não é rua para carros - destaca Boschetti.

Ciclovia, área para caminhada e de convivência com bancos, além de árvores e iluminação aérea e de chão estão nos planos.

- Se pensa também, embora seja um embrião, em colocar outras feiras esporadicamente, como artesanato. Queremos que esse espaço tenha vida, é uma forma de cuidar - entende o secretário. 　

Empresários serão ouvidos

Depois da Praça das Feiras, as atenções devem se voltar ao Largo da Estação. A intenção é trabalhar paisagismo, passeio público, mobiliário urbano e iluminação entre as ruas Dr. Augusto Pestana e Marechal Floriano. Há expectativa de que as mudanças e a instalação de um módulo de segurança próximo ao shopping inibam os flanelinhas. Até o fim do ano, a prefeitura pretende concluir a proposta.

- Oportunamente, vamos chamar os donos de bares e lojas da região para viabilizar a parceria. Ganham os proprietários, o poder público e principalmente a comunidade -avalia Boschetti.

Segundo a presidente da Associação Amigos do Largo da Estação (AALE), Eloisa Tondo, uma reunião com empresários da região deve ser marcada para debater a questão.

- Todos querem melhorias em São Pelegrino. Eu confio muito na ideia, mas isso é uma opinião minha - diz.

As três obras seguem o conceito de parque linear. Para o futuro, a meta é ligar a Praça do Trem, ao lado do shopping, à Perimetral Sul. Depois, conectar até Forqueta. A extensão total é de 14 quilômetros.

- Temos consciência da magnitude do projeto. Da Perimetral Sul até o Desvio Rizzo há mais de 700 famílias na faixa de domínio, que teriam de ser realocadas. É um desafio, mas estamos indo trecho a trecho - ameniza Boschetti.