A preocupação em dificultar a identificação do corpo da mulher encontrada no interior de Caxias, nesta quarta, pode indicar, segundo a polícia, que o crime tenha sido cometido por uma pessoa que mantinha relação estreita com a vítima.
O corpo de Graciela Monteiro Teixeira, 33 anos, foi encontrado nas proximidades da Estrada Isidoro Comerlato, na localidade de Nossa Senhora da Maternidade. Ela estava com as mãos decepadas. A pele do rosto e o couro cabeludo foram arrancados, possivelmente com objeto cortante. O assassinato é investigado pela Delegacia de Homicídios.
- O modo de operação, onde se observa a preocupação em dificultar a identificação da vítima, indica uma possível motivação pessoal, alguém que se relacionava com a vítima - diz o delegado Rodrigo Duarte.
Ainda que familiares tenham reconhecido o corpo de Graciela, a polícia solicitou exames de DNA. A perícia irá indicar a causa da morte e se as mutilações ocorreram antes ou depois da morte da mulher. Pelo estado de decomposição do corpo, acredita-se que ela tenha sido morta há aproximadamente 10 dias. Graciela estava desaparecida desde o último dia 16.
Este era o terceiro boletim de desaparecimento de Graciela que a família registrava. O primeiro foi em agosto de 2012, onde ela teria saído de casa para acertar a rescisão do trabalho e sumiu. O segundo foi em março deste ano. Nas duas vezes, a polícia foi informada posteriormente pela própria família que Graciela estava morando na casa de amigas. Atualmente, Graciela morava com a mãe o padrasto. Ela tinha uma irmã de 35 anos.
Graciela confeccionava materiais para cursos de idiomas. A família a descreve como uma pessoa trabalhadora.
Na escola de informática e idiomas em que Graciela trabalhou durante alguns meses do ano passado, como professora de inglês, era reconhecida pelo profissionalismo.
- Era uma funcionária excelente. Os alunos adoravam ela e perguntavam quando ela ia voltar - diz uma colega de trabalho.
Graciela foi quem pediu afastamento da escola, alegando para alguns colegas, na época, tratar de uma depressão.
Entre 2006 e 2007, há boletins de ocorrência, sem indiciamentos, registrados contra Graciela envolvendo acusações de apropriação indébita, calúnia, difamação e estelionato, relacionadas a empréstimos não pagos, aulas particulares pagas adiantadas e não cumpridas, e apropriação de dinheiro de mensalidades de escola de idiomas em que era sócia.