
Uma gincana protagonizada por estudantes de um colégio de Caxias do Sul virou alvo da ira de um morador. Irritado com o barulho das torcidas dos alunos durante tarefas na Escola Estadual de Ensino Médio Irmão José Otão, localizada na Rua Luiz Antunes do bairro Panazzolo, o residente de um prédio vizinho teria atirado contra o telhado do colégio e arremessado pedras que atingiram carros de duas professoras - um Onix e um Citroen. O fato ocorreu na quinta-feira da semana passada.
Há pouco mais de uma semana, a escola promove uma gincana farroupilha e de consciência negra. Naquele dia, as atividades ocorriam na quadra dos fundos da instituição, e reuniam mais de 300 alunos. Os tiros e as pedradas teriam ocorrido entre às 10h e 11h.
- Era por volta de 10h45min quando eu chegava na escola e ouvi barulhos de tiros. Vi também a movimentação de um homem em janelas do prédio ao lado - conta uma professora que não quer se identificar.
Antes de desferir os disparos, o suspeito teria ligado pelo menos três vezes para o colégio. Furioso, ele teria alertado que se o barulho não parasse ele "descarregaria um revólver " na escola.
Os tiros acertaram o telhado de três salas de aula que ficam ao lado do estacionamento, área restrita aos professores. A escola teria fotos do telhado danificado pelos disparos. A execução dos tiros, porém, ninguém viu. Uma moradora da vizinhança teria visto o suspeito recolher pedras na rua, possivelmente usadas para arremessar nos veículos. Ninguém se feriu, mas a comunidade escolar tem medo.
- Estávamos com os estudantes na quadra nos fundos da escola. Fomos alertados do que tinha acontecido pela professora que havia chegado - conta outra educadora.
O caso é investigado pela polícia civil, que vai ouvir as testemunhas e o suspeito. Ele poderá responder por dano qualificado. Ainda que o crime preveja a detenção de 6 meses a três anos, a condenação pode ser revertida para prestação de serviço ou pagamento de multa.
Se a Justiça entender que também houve perigo à integridade física, ele responderá por periclitação da vida e da saúde, que prevê reclusão de três meses a um ano. A pena também pode ser convertida em prestação de serviço ou pagamento de multa.