Rosemeri e familiares registraram ocorrência de incêndio na Polícia Civil, mas a perícia para detectar as causas teria sido prejudicada pois não houve isolamento do local. A edificação não tem ligação de energia elétrica.
>> FOTOS: veja a destruição causada pelo incêndio.
Secretária da Cultura, Rubia Ana Mossi Frizzo aguarda uma avaliação dos bombeiros:
- O parecer vai indicar as condições da edificação, mas é bom ressaltar que o prédio é particular. Apesar de tombado, não é responsabilidade do município reformar ou preservar.
Inscrito no Livro do Tombo dos Bens Históricos, Artísticos e Culturais de Caxias, em 2010, o moinho trocou de proprietários ao longo da história. A família Suzin assumiu o controle entre os anos 1940 e 1950, e o prédio foi desativado há mais de três décadas. Segundo o Departamento de Memória e Patrimônio Cultural, a construção ocorreu entre os anos 1920 e 1930. A partir da opinião de arquitetos, os Suzin acreditam que a estrutura foi concebida na década de 1910.
A revitalização só não avançou porque a família aguarda a regulamentação da lei sancionada em novembro de 2012, que inclui os imóveis históricos da zona rural como patrimônio cultural de Caxias.
Pela legislação, a manutenção e preservação de prédios no interior seguiriam sob a responsabilidade dos donos. Como vantagem, os proprietários receberiam índices construtivos, títulos que podem ser vendidos a construtoras. Sem regulamentação da lei, a família Suzin diz não ter condições de bancar uma obra de restauro ou tampouco captar verbas. A secretária Rubia justifica que a normatização é complexa e não tem prazo para ser concluída.
- Só não conseguimos entender porque ainda não regulamentaram a lei depois de dois anos. E também do que adiantará saber o que causou o incêndio - questiona Rosemeri.
O fogo pode ter encerrado de vez a esperança de revitalização do antigo Moinho Boca da Serra, no distrito de Vila Seca, em Caxias. O incêndio em circunstâncias não esclarecidas destruiu móveis, maquinários e toda a estrutura interna, na tarde de domingo. Se antes a estimativa para reformar o prédio ultrapassava R$ 1 milhão, a reconstrução será ainda mais cara.
- Nosso objetivo era mantê-lo como parte da história da cidade, da região. Agora vamos nos reunir em família para debater se vale a pena pois não sobrou quase nada - adianta Rosemeri Suzin, 47 anos, sócia do imóvel.
Compare como era o moinho antes do incêndio:
Foto: Paulo César Nunes / divulgação