Causou polêmica uma nova diretriz da Igreja Católica aprovada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O documento número 100, intitulado 'Comunidade de comunidades: uma nova paróquia', prevê a extinção da venda e consumo de bebidas alcoólicas em festas de comunidade.
MURAL: Você concorda em acabar com a venda de álcool nos salões paroquiais?
Padre Olavo Bombardelli, pároco da Igreja Santos Apóstolos, no Bela Vista, explica que a paróquia realiza almoços comemorativos, e não festas com bailão. Segundo ele, as pessoas que participam das comemorações vão nos encontros para confraternizar, não beber:
- Depois da Lei Seca, o povo assumiu essa postura de não beber. Na nossa comunidade, acredito que essa resolução do Documento 100 da CNBB não fará com que o número de participantes dos almoços diminua.
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Padre Olavo afirma que a renda das confraternizações é bastante significativa para a paróquia, cerca de 40% da receita. A mesma opinião é compartilhada pelo padre Mário Pedrotti, pároco da Igreja de São Pelegrino. De acordo com o sacerdote, a polêmica não deveria recair sobre a proibição de vinho nas festas da Igreja, mas na evangelização, que é a missão nos tempos atuais.
- Essas resoluções darão um novo espírito às comunidades. Nas festas da nossa paróquia não promovemos o mercado do vinho. Servimos, mas de forma moderada. As pessoas pedem mais refrigerante e água mineral. E posso afirmar com toda certeza que distribuímos mais água benta do que vinho - acredita Pedrotti.
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Um dos redatores do documento, o padre Leomar Brustolin, pároco da Catedral Diocesana, reitera a posição assumida pelos religiosos:
- O que eu ouvi em visitas por todo o Brasil desarma qualquer resistência. É preciso superar a cultura do álcool. É um tabu. O objetivo das festas de comunidade é confraternizar e evangelizar. Acredito que as novas gerações abraçarão essa causa. Os jovens buscam essa consciência na Igreja.
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