Programa Primeira Infância Melhor completa nove anos de atividades em Caxias do Sul

Criado em 2003 pelo governo do Estado para promover o desenvolvimento na primeira infância e fortalecer a atenção básica em saúde, o programa Primeira Infância Melhor (PIM) completa neste mês nove anos de atividades em Caxias do Sul. Desde 2005, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, 4.480 crianças já foram acolhidas  pelo PIM na cidade. Em 74 comunidades, o PIM também acompanhou 3.850 famílias e 894 gestantes.

Nesta terça-feira, a prefeitura promoveu o relançamento do programa em 2014 com direito a comemoração, depoimento de famílias já atendidas e apresentações musicais. Também foi anunciada a mudança na coordenação do programa, gerido até então pela Secretaria Municipal de Educação (Smed). A partir de agora, o PIM será coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde.

Uma das mães atendidas pelo programa em Caxias é a servente de pedreiro Cristina da Paz de Faria, 26 anos. Ela conheceu o PIM quando a primeira filha, Rayssa, hoje com oito anos, tinha apenas nove meses. 

- Para mim, a presença do PIM foi muito importante. Eu tinha apenas 17 anos, não tinha filhos, não sabia nada sobre cuidar uma criança. O programa ajudou muito no desenvolvimento da Rayssa, na coordenação. Ela aprendeu muito cedo a pegar o lápis, as cores, formas, brincar e hoje é uma ótima aluna na escola - elogia Cristina.

Rayssa foi acompanhada pelo PIM até completar seis anos. Até os três, uma estagiária visitava a menina semanalmente em casa. Depois, as orientações eram dadas em encontros semanais no postinho de saúde que fica perto da casa de Cristina, no bairro Mariani.

A ligação com o PIM, no entanto, não terminou com o crescimento de Rayssa. O programa deu atenção a Cristina em outras três gestações e também acompanhou Andryelle, seis, Moysés, quatro, e Sindyelle, um mês.Para a mulher, o programa fez toda a diferença para os filhos, principalmente àqueles acompanhados desde a vida intrauterina.

- Não teria educado eles como eduquei sem a presença do PIM. A Rayssa e a Andryelle, que já deixaram o programa, estão se saindo bem na escola e o Moysés, que participa dos encontros em grupo no postinho perdeu a timidez, conquistou amigos e desenvolveu o coleguismo - atesta.

Apesar de não haver estatísticas para medir o sucesso do programa na cidade, a coordenadora do PIM, médica Cláudia Panno de Oliveira, destaca que a implementação do projeto colabora muito para a redução das taxas de mortalidade infantil, traz melhoras no desenvolvimento neurospicomotor da criança, além de outra importante questão: estreitar laços afetivos entre pais e filhos, o que ajuda a reduzir os casos de violência doméstica.