Concentrar esforços para duplicar toda a extensão das rodovias ERS-122 e RSC-470 e o trecho da RSC-453 que passa por Garibaldi, Farroupilha, Caxias do Sul e São Francisco de Paula seria mais viável a curto prazo do que priorizar apenas o aeroporto de Vila Oliva. A opinião é do presidente da Câmara Brasileira de Infraestrutura e Logística, Paulo Menzel.
Tal sugestão não convence os principais defensores do novo aeroporto para cargas e passageiros na Serra, o prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho e o diretor de Política Urbana e Infraestrutura da CIC Caxias, Nelson Sbabo.
O entendimento de Menzel é de que a qualificação dessas três estradas é fundamental para frear o alto custo de transporte e logística na região e no Estado. Portanto, as lideranças de cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha deveriam lutar prioritariamente por mais investimentos nessas ligações regionais.
A declaração parece soar como apoio ao movimento de construção de um novo terminal em Portão para atender a Grande Porto Alegre, algo que Menzel discorda. Esse novo aeroporto poderia paralisar o projeto de Vila Oliva em razão dos custos.
- Um aeroporto é importante, essencial e defendo a instalação em Vila Oliva. Só que obras assim levam 20 anos para virar realidade. Enquanto se projeta um novo aeroporto, devemos concluir as ampliações do Salgado Filho para suportar a demanda e garantir a duplicação dessas estradas para conter os gastos com transporte terrestre, hoje inaceitáveis - diz.
O prefeito Alceu aprova a sugestão de ampliar a estrutura dessas rodovias, mas enfatiza que o projeto de Vila Oliva está adiantado. Ele cita como exemplo a previsão no plano diretor de Caxias, os estudos da Anac e do Departamento Aeroportuário (DAP), além do processo de desapropriação de áreas para a construção de pistas e terminais no distrito caxiense.
- Seria ótimo duplicar as estradas, mas o aeroporto daqui é uma realidade palpável e prioridade no governo Federal. É um trabalho em conjunto e Vila Oliva vai puxar as melhorias nas rodovias. Não podemos mudar essa ideia - reforça Alceu.
O diretor de infraestrutura da CIC, Nelson Sbabo, também é contrário à priorização das rodovias e a possibilidade dos investimentos federais serem direcionados para o terminal de Portão. Se tais movimentos ganharem força e o aeroporto de Vila Oliva ficar em segundo plano, o empresário prevê uma infraestrutura capenga logo adiante:
- Vamos continuar levando três horas para levar nossos produtos para um aeroporto na região Metropolitana. Será uma saída meia-sola se não houver soluções conjuntas. Já temos investidores estrangeiros interessados em Vila Oliva, o que mostra o potencial da região.
Infraestrutura
Lideranças de Caxias do Sul discordam deixar aeroporto de Vila Oliva em segundo plano para priorizar estradas
Presidente da Câmara Brasileira de Infraestrutura e Logística sugere esforços para duplicar ERS-122, RSC-470 e RSC-453
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