O traslado de um paciente de plano privado em uma ambulância da prefeitura de São Marcos será investigado pelo promotor de Justiça Evandro Lobato Kaltbach. A viagem a São Paulo implicou na ausência de três funcionários e gastos em diárias e combustível, entre os dias 16 e 18 de março.
Como não se trata de um caso complexo, Kaltbach pretende esclarecer, em até 60 dias, se houve irregularidades no deslocamento do veículo e de funcionários da prefeitura de São Marcos.
- Não recebi formalização de denúncia, mas a notícia é suficiente para abertura de um procedimento administrativo - adiantou o promotor do Ministério Público.
A ambulância de suporte básico, dois motoristas e um técnico em enfermagem percorreram dois mil quilômetros para levar um paciente com plano de saúde para tratamento em clínica particular na capital paulista.
A requisição do serviço partiu do médico da família do paciente, com autorização da secretária municipal da Saúde, Marieli Sandri. Contudo, para ter direito ao transporte público, o paciente deveria ter sido encaminhado por um médico do SUS e ser atendido em clínica ou hospital credenciado, o que não ocorreu.
A decisão de Marieli tem apoio do prefeito de São Marcos, Demétrio Lazzaretti (PP). Para ele, a autorização da viagem não configurou privilégio mas prioridade à vida. Ele sustenta que município já liberou ambulâncias para longas distâncias e também adquire medicamentos caros por determinação da Justiça.
- Prefiro correr o risco de ser apontado por alguma falha do que perder uma vida - declarou Lazzaretti.
A oposição questionará a viagem autorizada pela secretária Marieli em reunião nesta quarta-feira.
Atendimento privado
MP investigará uso de ambulância da prefeitura de São Marcos em viagem a São Paulo
Prefeito Demétrio Lazzaretti garante que não houve favorecimento
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