Neste sábado, iniciam no Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria as competições da modalidade artística mais aclamada pelo público: a de danças tradicionais, nas categorias Mirim, Juvenil, Adulta e Veterana, disputadas por 68 grupos de danças. No total, 185 entidades participam das provas, que incluem chula, gaita, violão, declamação e intérprete vocal.
Em nome da sincronia perfeita de peões e prendas no tablado, integrantes da invernada adulta do CTG Imigrantes e Tradição fazem qualquer sacrifício. Camila Canani Pinto, 24 anos, tem dois empregos, cursa duas pós-graduações, é instrutora da invernada mirim e ainda acha tempo para ensaiar horas a fio durante a semana e também nos sábados e domingos.
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O cuidado não é apenas com os movimentos da dança. Os próprios trajes reverenciam os bailes de antigamente. Os peões dividem-se entre a bombacha, chiripá e saiote, retomando diversos períodos de tempo da história rio-grandense. As prendas irão revezar entre vestido e conjunto de saia e blusa.
O sapateio é um dos segredos da invernada adulta do CTG Pampa do Rio Grande, que conquistou o título de campeão na modalidade dança tradicional em 2012. Para isso, eles contam com a inspiração e experiência dos irmãos Eduardo, 31 anos, e Gabriel Gomes de Andrade, 32. O primeiro completa 25 e o segundo 26 anos dedicados à dança, sempre no Pampa.
- Lá em casa, a dança é assunto antes, durante e depois do ensaio. Olhamos as gravações das nossas apresentações, analisamos as planilhas de avaliações, debatemos - conta Gabriel sobre o método.
A dedicação não é exclusiva das invernadas adultas. Os 37 adolescentes da invernada Juvenil do CTG Os Carreteiros mostram responsabilidade não só durante os ensaios. O posteiro Matheus Vargas Teixeira, 16 anos, e a 3ª Prenda Juvenil do CTG, Ana Cláudia Reis de Oliveira, 14, chegaram a ir no ano passado em um curso de dança em Vacaria para atualizar passos e aprender outros novos, conhecimento dividido com o grupo.
Na outra ponta, a invernada Veterana do CTG Aruá, vice-campeã da modalidade em 2008, mostra que também sabe fazer bonito. O curioso é que a maioria dos integrantes começou a dançar só depois de adulto, alguns já na terceira idade. O interesse despertou aos poucos, enquanto levavam os próprios filhos para ensaiar. Não deu outra: a invernada virou um verdadeiro encontro de gerações, reunindo participantes de 30 a 65 anos.
Vez que outra, a ensaiadora Rosemeri Puhl, 32 anos, faz par com o próprio pai, Sérgio Puhl, de 60. É também Elisandro Padilha, 31 anos, que instrui o pai, João, de 59 anos, e os outros integrantes no sapateio. Um mês antes do evento, não há moleza durante os ensaios, que acontecem quatro vezes por semana.
- Não tem como não tremer a perna e sentir frio na barriga no rodeio de Vacaria - conta João, revelando a ansiedade.
Tradicionalismo
CTGs de Caxias participam das competições de danças tradicionais no Rodeio Internacional de Vacaria
No total, 185 entidades disputam provas de modalidades artísticas
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