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Dezenas de amigos e familiares de Samuel Eggers, 24 anos, se fizeram presentes no Memorial São José, em Caxias do Sul, na tarde desta sexta-feira, para se despedir do jovem psicólogo e confortar os pais. Samuel foi morto na última madrugada no bairro São Pelegrino, com um tiro no rosto.
Pai de Samuel, o psicólogo caxiense Otelmo Eggers, 56, comentava com carinho sobre o filho e ressaltava, principalmente, o senso de humanidade de Samuel. Otelmo acredita que o filho possa ter sido assasssinado por engano, mas diz não estar focado em descobrir quem foi ou porquê mataram o único filho que tinha.
- A investigação é da polícia, eu tenho que viver a minha dor. Toda perda é dolorosa, mas a de um filho é muito mais - lamenta Otelmo.
O pai assegura que Samuel não tinha inimigos e, desde que se mudou para Porto Alegre, há seis anos, retornava a Caxias esporadicamente para visitar a família.
- Era uma pessoa muito calma. Apesar de praticar kung-fu, desde os 12 anos, nunca usou isso para bater em alguém. Ele até já foi assaltado uma vez e não reagiu. Sempre buscava compreender o outro lado - diz o pai.
Descrito como um ativista nato, Samuel participou da mobilização para evitar o corte de árvores na orla do Guaíba, em Porto Alegre, no mês de maio. Ele chegou a ser detido por desacato, mas foi liberado horas depois.
- A preocupação dele com o meio ambiente era enorme. Ele até não tinha carro porque dizia que o mundo já estava cheio. Então, preferia andar de ônibus, táxi ou caminhar mesmo - comenta Otelmo
O corpo de Samuel será cremado às 19h desta sexta, no Memorial São José.