Servidores protestam contra transferência de colegas e reestruturação da Fundação de Assistência Social, em Caxias do Sul

Insatisfeitos com transferências de colegas e algumas medidas de reestruturação, servidores da Fundação de Assistência Social (FAS) protestam na manhã desta quinta-feira em frente à sede da entidade, no Centro de Caxias do Sul. A mobilização é organizada pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv). Cerca de 50 a 60 servidores começaram a chegar por volta das 7h45min.

O grupo pede participação e maior transparência no processo de reestruturação da FAS e a descentralização do Cadastro Único, que atende pessoas beneficiadas pelo Bolsa Família e outros programas. Até o ano passado, o cadastro atendia em cinco pontos de Caxias. Com a mudança, famílias pobres só podem informar os dados na sede da instituição.

Outro questionamento é o fim dos abrigos que acolhem crianças e adolescentes em situação de risco. A FAS anunciou que os espaços serão transformados em casas-lares até o final deste ano, o que implica no cancelamento de convênios com entidades que prestam o serviço. Essa mudança foi indicada no parecer técnico de uma empresa contratada para diagnosticar os serviços prestados pela entidade e estaria de acordo com as determinações do Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescentes. Os manifestantes, porém, acreditam que o atendimento nos abrigos será prejudicado porque haverá ruptura de vínculos com os atuais responsáveis pelos acolhimentos.

As reivindicações foram encaminhadas para a presidente da FAS, Marlês Andreazza, no final de julho. Marlês explicou o motivo das mudanças por meio de um ofício. Contudo, a resposta não agradou aos sindicalistas e alguns servidores da instituição.

- Hoje era a data para a relotação dos servidores. A empresa contratada para estudar as mudanças não terminou o diagnóstico e a presidente já começou a implantar as mudanças. Tem serviços que a alteração tem que ser gradual - afirma o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), João Dorlan.

Conforme Marlês a relotação ocorre devido à falta de servidores para prestar um bom atendimento. Para corrigir o problema, um pedido de novas nomeações foi incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014. Até lá, segundo a diretora, a forma de melhorar o serviço é a distribuição de pessoal.

- Essa relotação é uma necessidade neste momento devido à demanda do público. Temos de dar condições iguais para todos - explica.

Segundo Dorlan, os manifestantes estão se revezando para que o serviço da entidade não seja interrompido. A intenção é permanecer cerca de uma hora na frente da FAS. Às 10h, o grupo deve seguir para a prefeitura.