Uma ordem judicial obrigou Adriano Machado, 40, a sair de casa e buscar tratamento para o alcoolismo. Enquadrado também na Lei Maria da Penha, a decisão impactou em toda família. A esposa Zenaide Rodrigues, 35, entrou em depressão e precisou ser internada. Os filhos foram encaminhados para um abrigo enquanto os pais não tinham a guarda.
O tratamento de Zenaide durou quatro meses, mas os filhos ficaram nove no abrigo. Enquanto isso, Adriano também procurava se recuperar. O tormento do pai de família durou três anos e os Machado só voltaram a ficar juntos novamente no mês passado.
Adriano e a família fazem parte de um número cada vez maior de pessoas que foram integradas à Justiça Restaurativa (JR). Ainda em fase de aculturação e sensibilização, os Círculos de Construção de Paz, ferramenta utilizada em Caxias, propõem o encontro de pessoas envolvidas, direta ou diretamente, em um determinado conflito para dialogar em busca de soluções.
Hoje, grande parte dos processos atendidos pela Justiça Restaurativa na cidade estão ligados à casos de crianças ou adolescentes em acolhimento institucional. Segundo o psicólogo e facilitador, Paulo Moratelli, o objetivo do círculo é reestabelecer equilíbrios e dar oportunidade para que cada integrante possa se expressar.
- Esse processo foi desenhado para mostrar que todos os que estão ligados. Em uma situação de dano, todos devem participar da solução. Todo mundo tem que se comprometer com aquela proposta, porque só assim, ela tem condições de ser efetivada - explicou.
Até o final de 2012, mais de 3 mil pessoas já haviam participado dos círculos.
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Novo conceito
Justiça Restaurativa tem ajudado a reintegrar famílias em conflito em Caxias do Sul
Hoje, grande parte dos processos atendidos estão ligados com casos de crianças ou adolescentes em acolhimento institucional
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