Três peritos criminais do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre estão em Caxias do Sul para trabalhar no caso da idosa Odete Prá, 88 anos, que afirma ter atirado contra o assaltante Márcio Nadal Machado quando ele invadiu o seu apartamento. A equipe, que é especializada em reconstituições, é responsável por atender todo o estado.
Os peritos chegaram na manhã desta segunda-feira na cidade e tomaram conhecimento dos laudos e depoimentos já contidos no inquérito policial. O trabalho deles se baseia em fazer novas oitivas de testemunhas, nesse caso a idosa, e, depois, junto com o delegado Joigler Paduano, responsável pela investigação, realizar uma seleção de informações para então montar possíveis cenas do crime.
Terminada a reconstituição, a equipe emite um laudo baseado no trabalho exercido no local do crime. O tempo para a emissão desse laudo vai depender da situação encontrada no apartamento de Odete - se é necessário algum trabalho mais detalhado da perícia ou não - e também da demanda do órgão estadual.
Além dos peritos de Porto Alegre, também acompanham a reconstituição a equipe do IGP de Caxias e, pelo menos, quatro agentes da Polícia Civil e o delegado Joigler.
Entenda o caso
:: A idosa Odete Hoffmann Prá confessou ter matado um arrombador que invadiu o apartamento dela, no Centro de Caxias, por volta das 17h do dia 9 de julho de 2012, um sábado. Ela usou um revólver calibre 32 para dar três tiros no homem, que morreu enquanto era socorrido. No mesmo dia, à noite, Odete prestou depoimento no plantão da 2ª Delegacia de Pronto-atendimento (2ª DPPA). No início, o caso foi tratado como legítima defesa.
:: Na segunda-feira, dia 11 de junho de 2012, Odete Hoffmann Prá foi indiciada por homicídio e posse ilegal de armas. A tese de legítima defesa não foi analisada pela polícia, que precisou indiciar a idosa como autora de um homicídio, já que houve crime. O arrombador morto foi identificado com Márcio Nadal Machado, 33 anos. Ele estava em liberdade provisória e era suspeito de furtos na área central de Caxias do Sul.
:: Em outubro de 2012, peritos do Instituto Geral de Perícia (IGP) não encontraram indícios de pólvora na mão de Odete. Outra linha de investigação passou a analisar a presença de outra pessoa na residência no momento da morte. No mesmo dia da divulgação do resultado negativo do laudo que detecta a presença de pólvora na mão de quem dispara arma de fogo, a idosa reafirmou ser autora da morte do assaltante.
:: Em novembro do mesmo ano, um exame feito na arma usada para matar Márcio Nadal Machado não concluiu se foi realmente a idosa quem disparou contra o bandido. A perícia foi realizada para determinar a pressão necessária que deve ser empregada no gatilho para que a arma seja acionada. A arma estaria guardada há mais de 30 anos em um armário no quarto da aposentada. A polícia queria saber se a mulher teria força suficiente para conseguir fazer os disparos.
:: Em janeiro deste ano, o delegado do 2º Distrito Policial Joigler Paduano, responsável pela investigação, pediu uma reconstituição do caso. Segundo ele, era preciso sanar algumas dúvidas que surgiram durante o inquérito. A reconstituição foi marcada para o dia 18 de fevereiro, mas não aconteceu.
Ajuda extra
Peritos de Porto Alegre trabalham na reconstituição da morte de bandido por idosa em Caxias do Sul
Equipe do Instituto Geral de Perícias da capital é especializada em reconstituições
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