A Polícia Civil começou no início da tarde desta segunda-feira a reconstituição do homicídio praticado por Odete Prá, 88 anos. A idosa afirma ter atirado contra o assaltante Márcio Nadal Machado, o Cachorrão, 33, quando ele invadiu o seu apartamento, localizado no centro de Caxias do Sul, no dia 9 de junho de 2012.
Às 13h55min, o delegado Joigler Paduano, responsável pela investigação, agentes e escrivães do setor de Homicídios de Caxias e peritos do Instituto Geral de Perícias e a idosa Odete Prá foram até o apartamento para iniciar a procedimento.
A reconstituição é necessária porque, apesar de a idosa ter afirmado repetidas vezes que atirou no assaltante, a polícia ainda tem dúvidas. A perícia não localizou resíduos de pólvora do revólver calibre 22 na mão da mulher, e um outro exame, realizado na arma, não concluiu se Odete teria ou não força para disparar o gatilho.
Entenda o caso
:: A idosa Odete Hoffmann Prá confessou ter matado um arrombador que invadiu o apartamento dela, no Centro de Caxias, por volta das 17h do dia 9 de julho de 2012, um sábado. Ela usou um revólver calibre 32 para dar três tiros no homem, que morreu enquanto era socorrido. No mesmo dia, à noite, Odete prestou depoimento no plantão da 2ª Delegacia de Pronto-atendimento (2ª DPPA). No início, o caso foi tratado como legítima defesa.
:: Na segunda-feira, dia 11 de junho de 2012, Odete Hoffmann Prá foi indiciada por homicídio e posse ilegal de armas. A tese de legítima defesa não foi analisada pela polícia, que precisou indiciar a idosa como autora de um homicídio, já que houve crime. O arrombador morto foi identificado com Márcio Nadal Machado, 33 anos. Ele estava em liberdade provisória e era suspeito de furtos na área central de Caxias do Sul.
:: Em outubro de 2012, peritos do Instituto Geral de Perícia (IGP) não encontraram indícios de pólvora na mão de Odete. Outra linha de investigação passou a analisar a presença de outra pessoa na residência no momento da morte. No mesmo dia da divulgação do resultado negativo do laudo que detecta a presença de pólvora na mão de quem dispara arma de fogo, a idosa reafirmou ser autora da morte do assaltante.
:: Em novembro do mesmo ano, um exame feito na arma usada para matar Márcio Nadal Machado não concluiu se foi realmente a idosa quem disparou contra o bandido. A perícia foi realizada para determinar a pressão necessária que deve ser empregada no gatilho para que a arma seja acionada. A arma estaria guardada há mais de 30 anos em um armário no quarto da aposentada. A polícia queria saber se a mulher teria força suficiente para conseguir fazer os disparos.
:: Em janeiro deste ano, o delegado do 2º Distrito Policial Joigler Paduano, responsável pela investigação, pediu uma reconstituição do caso. Segundo ele, era preciso sanar algumas dúvidas que surgiram durante o inquérito. A reconstituição foi marcada para o dia 18 de fevereiro, mas não aconteceu.
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