O defensor público de Caxias do Sul Paulo Roberto Fabris, 52 anos, flagrado ao receber propina do familiar de um apenado, em agosto deste ano, pediu transferência para a cidade de Farroupilha. Conforme o defensor público coordenador da 2ª regional, Marcelo Dadalt, o procedimento é legal. - De acordo com o Estatuto dos Defensores Públicos, mesmo ele estando afastado das atividades, como ainda é investigado e a ele cabe todos os direitos de defesa, também é permitido que solicite a transferência de cidade. Mas o retorno ao trabalho ainda dependerá do resultado da investigação da Corregedoria, que deve ser concluído em 90 dias, além do processo na Justiça comum - argumenta Dadalt.
O delegado Vitor Carnaúba, responsável pela investigação, disse não poder dar mais detalhes do inquérito porque o procedimento está sob segredo de Justiça. A única informação confirmada pelo delegado é que de o inquérito foi remetido ao Fórum na semana passada.
O Ministério Público descobriu que Fabris cobraria para atuar nos processos de apenados da cidade depois da apreensão de uma carta na casa de um homem investigado por tráfico. No final de agosto, o Ministério Público e o setor de inteligência da Brigada Militar, com autorização judicial, instalaram uma câmera com o familiar de um preso.
A gravação, feita no gabinete de Fabris na Defensoria Pública, mostra o servidor público recebendo R$ 500 como parte do pagamento para que ele formulasse um pedido de progressão de regime para um detento da Penitenciária Regional de Caxias do Sul. Procurado pelo Pioneiro, um dos advogados que defende Fabris, Rafael Canterjy, disse que o defensor não se manifestará sobre o caso pois ainda não teve acesso ao inquérito policial.
Judiciário
Defensor público caxiense investigado por corrupção pede transferência para Farroupilha
Paulo Roberto Fabris continua afastado das atividades até a conclusão da investigação interna do órgão e do processo que tramita na Justiça
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