Depois de uma tragédia, objetos aparentemente sem importância se tornam verdadeiras relíquias. Uma foto, uma peça de roupa ou um singelo brinco, muitas vezes, são amparo para superar a dor e a tristeza pela perda de um jovem querido. Em alguns casos, tragédias provocam catarse coletiva, como a que se viu após o assassinato de
Giulia de Oliveira da Silva, 15 anos, grávida de oito meses, em Caxias do Sul. Mesmo sem combinar, amigas da garota saíram às ruas vestindo roupas da adolescente. Giulia ostentava uma invejável coleção de roupas, anéis e bichos de pelúcia. Gostava de emprestar blusinhas e outros mimos para as amigas e vice-versa. Nos últimos tempos, fazia questão de ver as gurias da turma desfilando com as roupas pelas rua do loteamento São Gabriel. Afinal, a gravidez não permitia seguir vestindo as peças que tanto gostava.
Após o assassinato de Giulia, no dia 13 de abril, a mãe, Cenira Rosa de Oliveira, 43, doou boa parte dos bens da filha. As gurias da turma e vizinhas ganharam as roupas e objetos preferidos da adolescente. Nos dias posteriores ao crime, as meninas da rua homenagearam a amiga meio sem querer. Cenira pediu ajuda da vizinhança para confeccionar cartazes para uma passeata pelas ruas do São Gabriel e Desvio Rizzo. As garotas chegaram aos poucos. Cada uma vestia pelo menos uma peça pertencente a Giulia, o que comoveu a mãe.
- Estou muito feliz de ver essas meninas usando as roupas da minha filha. Ela ficaria muito contente de saber que suas coisas estão com quem ela mais gostava - emociona-se Cenira.
Leia a matéria completa na edição impressa do Pioneiro deste sábado.
Lembranças
Simples objetos de jovens assassinados em Caxias do Sul se tornam relíquias
Adolescentes vestiram roupas de Giulia de Oliveira da Silva para homenageá-la
Adriano Duarte
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