A prefeitura promete para um julho um cronograma de ações sociais para melhorar a vida dos moradores do Euzébio Beltrão de Queiróz.
Nascida de invasões ocorridas há 40 anos entre o Cemitério Público Municipal e o Estádio do Centenário, a comunidade de cerca de 800 pessoas está cansada de ser conhecida pela violência de alguns e aguarda por mais atenção do poder público. Ao percorrer as ruas e vielas do lugar que sofre devido à insegurança, o Pioneiro constatou a falta de habitação, saúde, saneamento e educação.
A situação do operador de máquinas Antônio Carlos Ribeiro Moraes, 30 anos, e da auxiliar de limpeza Luciana Costa de Jesus, 32, exemplifica problemas comuns das famílias do Beltrão de Queiróz.
O casal tem seis filhos - na faixa etária dos cinco aos 12 anos - e mora em uma casa à beira da Cristóforo Randon, rua paralela ao muro do estádio. Segundo Moraes, ainda em 2008, uma vistoria dos bombeiros apontou que a residência de madeira está sob risco e precisa ser recuada para não desmoronar no barranco.
A falta de vaga em creche é um problema recorrente. Ela também atinge a desempregada Suelen de Souza, 24, mãe de três crianças - de cinco meses, três e cinco anos. De acordo com Suelen, em janeiro, ela inscreveu os filhos mais velhos na creche Pica-Pau Amarelo, que fica no bairro, mas não conseguiu matriculá-los.
O presidente da Associação de Moradores do Euzébio Beltrão de Queiróz, Elias José Saboleski, diz que 70% das crianças atendidas na creche não são do bairro. Para ele, a oferta de vagas deveria dar prioridade às famílias dali. Dentro do Beltrão de Queiróz, há um lugar chamado pelos moradores de Cantão, onde só se chega a pé e passando por ruelas.
Ali, há casas que tiveram de ser abandonadas devido ao risco de desabamento. A dificuldade de acesso ao serviço público de saúde é outra reclamação do lugar, cuja unidade básica de saúde mais próxima fica distante cerca de quatro quadras, na Rua Bento Gonçalves.
Com problema de obesidade e diabetes, Maria Elisabete Pereira dos Santos, 61 anos, necessita de consulta, mas obter ficha para atendimento no posto é tarefa complicada. Segundo ela, as filhas têm de madrugar para conseguir ficha de atendimento na UBS. Em dezembro de 2010, a prefeitura anunciou um projeto de revitalização do entorno do Beltrão de Queiróz e do Estádio Centenário.
A previsão era inaugurar as benfeitorias no início do segundo semestre de 2011. Mas a ampliação da Rua Cristóforo Randon e a rotatória no entroncamento entre as ruas Bento Gonçalves e Thomás Beltrão de Queiróz, em frente ao estádio, ainda não se iniciaram.
Comunidade
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