O bebê que recebeu ácido no lugar de sedativo e o que teve leite injetado na veia, e não soro, são casos recentes que ilustram a gravidade das falhas que podem ocorrer em hospitais, cometidas por técnicos de enfermagem ou enfermeiros. Ambos os exemplos ocorrreram em abril, em Belo Horizonte, e as crianças recuperam-se. Mas nem sempre o desfecho é favorável.
Os profissionais costumam seguir um roteiro já definido antes de administrar os medicamentos. Também são adotadas medidas de prevenção, como checar o remédio, a dose, o horário, o paciente e a anotação. Desta maneira, é difícil que sobre espaço para o erro. Quando eles acontecem, na opinião de profissionais da saúde consultados pelo Pioneiro, é devido a uma sucessão de falhas, cometidas por mais de uma pessoa. Por exemplo: o medicamento errado, deixado no lugar errado, e não conferido por quem o administrou.
O presidente do Conselho Regional de Enfermagem, o enfermeiro Ricardo Rivero, acredita que nem sempre as instituições trabalham com o número adequado de profissionais. Rivero explica que em uma unidade de baixa complexidade, o ideal é um enfermeiro por turno. No caso do técnico de enfermagem, ele deve ser responsável por no máximo 10 pacientes. A carga horária também é importante. Segundo o enfermeiro, há uma luta no Congresso Nacional para a regulamentação de no máximo 30 horas semanais para a área. Hoje, há profissionais que trabalham oito horas de segunda a sexta-feira, em mais de uma instituição, e no fim de semana cumprem plantão de 12 horas.
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Saúde
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