O trabalho do departamento de futebol do Juventude para reforçar o elenco do técnico Fábio Matias trouxe até aqui 12 caras novas ao Alfredo Jaconi. A ideia ainda é a de fazer pelo menos mais quatro contratações: de um a dois zagueiros, um volante que está atuando fora do país, e um meia-atacante estrangeiro.
E o diretor-executivo alviverde, Júlio Rondinelli, explicou durante entrevista ao Show dos Esportes, como tem sido a busca por novas peças no mercado. O dirigente começou a entrevista avaliando o cenário atual no país que apresenta muitos clubes fazendo negociações milionárias na busca por reforços.
— Nós temos o menor orçamento disponível para montar um elenco para o Brasileiro da Série A. Temos o estadual, a Copa do Brasil, mas a principal meta do ano é a permanência (na Série A). Você pega o Palmeiras, que faz um investimento de R$ 115 milhões no atacante Paulinho; é mais do que o orçamento que eu tenho disponível para o ano inteiro do Juventude. o Corinthians paga três milhões de reais para o Memphis Depay. Cruzeiro, Fortaleza, Bahia fazem grandes contratações. O Vitória que está investindo três vezes mais do que a gente paga para um jogador aqui. O Juventude tem que entender o seu tamanho — afirmou.
A folha mensal do clube fechou em R$ 3 milhões na temporada passada. Orçamento que será mantido para esse início de 2025.
— Durante o Campeonato Brasileiro, o clube investiu R$ 43 milhões. R$ 27 milhões em folha de pagamento pros atletas, que dava aproximadamente R$ 3 milhões por mês e R$ 16 milhões de premiação. Então, mais de 50% do que os jogadores ganhavam como salário tinha de premiação. Você equilibra um salário teoricamente baixo para a Série A com estímulo jogo a jogo com a premiação. Ele tem a obrigação de jogar, de trabalhar pelo salário — destacou Rondinelli.
"Nenhum clube hoje está contribuindo com parte salarial com o Juventude"
O diretor-executivo do Verdão ainda revelou uma dificuldade imposta pelo mercado. No primeiro ano de Série A, muitos clubes cederam atletas por empréstimo e ainda quitavam parte de seus salários. Com a permanência alviverde para o segundo ano seguido na elite, a situação mudou.
— No ano passado, no orçamento, nós tínhamos aproximadamente R$ 450 mil pagos por clubes terceiros. O Juventude no primeiro ano, vários clubes entendiam que era o "patinho feio". Só que o que fizemos em 2024 fez com que tivéssemos um respeito maior dos adversários. Nenhum clube hoje está contribuindo com parte salarial com o Juventude. O Juventude está tendo que arcar com todo o orçamento. R$ 450 mil corresponde a 15% do orçamento mensal que a gente tinha no ano de 2024.
O que não impediu o clube de se reforçar e ainda estar mirando novas contratações.
— Depois podemos ter algum recurso melhor disponível, mas inicialmente é esse valor de R$ 3 milhões que a gente tem disponível. Estamos trabalhando dentro da realidade — finalizou Rondinelli.