
O retorno do Juventude à elite, conquistada no final de janeiro, completou parte do plano traçado pelo clube quando iniciou a temporada 2019. Depois da queda para a Série C, a direção alviverde fechou uma parceria com a LA Sports, empresa especializada em consultoria esportiva para equipes e que gerencia carreiras de atletas.
A união rendeu frutos e a sequência de acessos em duas temporadas é só um passo no plano que o empresário Luiz Alberto Filho, gestor da LA Sports, tem junto ao Juventude. A parceria seguirá na Série A e os objetivos são ainda mais ambiciosos para que o clube alcance voos ainda mais altos.
— Quando vim para o Juventude, sempre falei que nosso projeto eram dois acessos seguidos. No começo, ninguém acreditava, porque é uma coisa muito difícil. Mas sabíamos que planejando isso, conseguiríamos — afirmou Luiz Alberto, mostrando que não era só um sonho a rápida retomada:
— Era uma ideia e tem em contrato que teríamos dois acessos seguidos, até pelo histórico que temos em outros times.
Os clubes de maior sucesso com a participação da LA Sports foram Paraná, que chegou na Copa Libertadores de 2007 após acabar em quinto na Série A do ano anterior, o Avaí, que subiu após 30 anos, em 2008, e chegou em sexto na Primeira Divisão no ano seguinte, e o Coritiba, vice-campeão da Copa do Brasil em 2011 e 2012, além de conquistar vagas seguidas para a Copa Sul-Americana.
Entre esses trabalhos e o que é realizado pela empresa no Papo na volta à elite, um ponto será mantido: a busca por novidades. Para Luiz Alberto, a criatividade, baseada no banco de dados e profissionais de análise e captação de jogadores, é a marca que fará do retorno alviverde para a Série A um sucesso:
— Não temos condições financeiras de competir com 80% dos clubes da Série A. Nosso trabalho é como foi feito em todos os outros clubes. Quando montamos o time da Libertadores, o Borges estava no União São João-SP, ninguém conhecia e depois foi três vezes artilheiro do Brasil. Não temos condições de trazer o jogador de Série A, mas já revelamos mais de 200 atletas para a Primeira Divisão. Não acredito que os medalhões sejam a solução, mas também precisa se aliar experiência com juventude, num trabalho em conjunto. Nem oito e nem oitenta.
Foco na Série A
A experiência do Juventude na Série A, nos anos 1990 e 2000, esteve muito baseada na parceria do clube com a Parmalat. No período, o Papo conquistou Gauchão, Copa do Brasil e disputou a Libertadores.
A parceria atual se faz em outros moldes. No entanto, o gestor da consultoria acredita que pode, sim, fazer o melhor Juventude da história:
— Esse é nosso objetivo. Estamos caminhando para isso. É claro que são épocas diferentes. Se tinha uma multinacional e até um Palmeiras por trás. Mas dentro do trabalho que fizemos nos outros times, temos totais condições para alcançar voos maiores do que alcançamos até agora.
Entre os pontos principais para a parceria dar certo, está o bom relacionamento da empresa com o presidente do Juventude, Walter Dal Zotto Jr., e do vice-presidente de futebol, Osvaldo Pioner. Inclusive, na escolha do retorno do técnico Marquinhos Santos, foram os dirigentes que tiveram papel primordial na decisão. Além do treinador, as novidades na comissão técnica fazer o parceiro alviverde acreditar em um futuro promissor.
— Essa escolha foi do presidente e do vice-presidente. Eu acho que é um grande nome, por ser um treinador muito bom taticamente. Os erros que foram feitos no Campeonato Gaúcho (em 2020), estão sendo corrigidos. Acho que essa comissão técnica que está sendo formada, vai ajudar muito o Marquinhos e o Juventude:
A indicação dos jogadores e dos treinadores, nós prestamos a consultoria. Mas quem decide isso é o presidente e o Pioner, que são os mandatários no futebol. A gente mastiga, mas quem decide são eles.
A parceria vai para o terceiro ano seguido, com o sucesso consagrado com os acessos. No entanto, isso não significa que tudo foi perfeito no entendimento da parceria. Para a Série A, a expectativa da LA é ter ainda mais espaço no clube.
— No começo, não conseguíamos implementar. No primeiro ano foi muito difícil. No segundo, um pouco menos, porque a confiança no trabalho foi aumentando. Espero que nesse terceiro ano as pessoas confiem totalmente no nosso trabalho, para que a gente evite erros e prejuízo para o clube, porque erros, que não vou falar aqui, podem nos custar o acesso — concluiu Luiz Alberto.