O 2021 para o Caxias já começou. A primeira atitude da direção foi a permanência do departamento de futebol comandado pelo gerente Ademir Bertoglio e também do técnico Rafael Lacerda. No entanto, tal decisão em menos de uma semana da eliminação na Série D do Campeonato Brasileiro, revoltou parte da torcida grená. A repercussão foi imediata de desaprovação.
— A gente entende a revolta. O futebol é muito dinâmico. Você vai do céu ao inferno muito rapidamente. O Lacerda era abraçado e desejado, mas nas redes sociais as pessoas rebaixam a imagem e pedem a cabeça. Quando a gente fala que não podemos pensar como torcedor, temos que pensar como dirigente. Respeitamos, porque a gente também dói no coração, porque trabalhamos muito e com muita dificuldade. Temos que entender e ser profissionais. Os objetivos estão aí para serem alcançados — comentou o presidente Paulo Cesar Santos, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
A revolta de parte da torcida foi tão grande que nas redes sociais muitos afirmaram que deixarão de ser sócios. A direção do Caxias começa a pensar 2021 com a ausência de receitas e torcedores.
— Eu digo, que para nós dirigentes, aumenta a responsabilidade. Ela é triplicada em busca dos nossos objetivos. A cobrança será bem maior. Sabemos o que deu certo e analisar o que deu errado para não se repetir. Se conhecendo e sabendo os profissionais que temos no clube, vamos trabalhar juntos. Nossa cobrança interna será maior ainda. Assim que temos de enfrentar. Ser dirigente do Caxias não é para os fracos. Nós temos que ser muito fortes e unidos — comentou o presidente, que reafirmou a confiança em Lacerda:
— Nós acreditamos no Lacerda e no vínculo dele com o clube. Não é uma decisão do presidente e sim de todos (da direção).
Erros da Série D
Em todas as entrevistas do Caxias e do presidente Paulo Cesar Santos sempre existe a afirmação que o clube precisa aprender com os seus erros, mas dificilmente eram apontados os equívocos numa alto análise. No entanto, dessa vez o mandatário grená admitiu que o clube errou em contratações e que o elenco poderia ser maior.
— Em algumas contratações, esperávamos melhores resultados e não vieram. Temos que rever algumas das contratações feitas. Também precisamos avaliar algumas decisões que tomamos de profissionais que estão ligados ao clube, alguns há mais tempo, e temos que agir rapidamente. A pandemia limitou nossas receitas e precisamos ter um elenco pouco maior para quando acontecer como no último jogo (com desfalques), ter um plantel maior. Além disso, o Caxias precisa trazer mais pessoas próximas ao futebol que possam agregar e pensar juntos. Já foi assim em outros anos — disse Paulo Cesar Santos.
Se existe a ideia que o elenco para a Série D foi pequeno, resta saber se em 2021 irá corrigir esse erro e se terá orçamento para conseguir contratar mais jogadores.
— Nós temos que nos adaptar ao orçamento que estamos planejando. Estamos minuciando e vendo com a própria Federação Gaúcha para saber a receita que teremos. Não podemos esquecer que estamos numa pandemia. Há muitas incertezas. Temos que buscar parcerias e ver com clubes que temos bom relacionamentos para não onerar a nossa folha. Criatividade total. O Caxias tem que cumprir seus compromissos. Não podemos fazer uma administração temerária — comentou o presidente.
Por fim, Paulo Cesar Santos foi questionado sobre os casos de covid-19 no elenco. Durante a competição foram muitos casos e na reta final aumentaram. Nas redes sociais, torcedores manifestaram que os atletas se reuniam após as partidas em comemorações privadas. Isso poderia ter gerado um número maior de casos da doença pela contaminação.
—Eu não tenho ciência e a direção não participou, organizou ou financiou eventos com os atletas. O clube sempre orientou que os atletas permanecessem com suas famílias e tomassem os cuidados para ficarem mais reclusos. A gente não consegue monitorar todos os momentos dos jogadores. Cada profissional precisa ter noção o quanto grave é essa pandemia que estamos vivendo — finalizou.