Um jogo que pode valer um ano inteiro. Pode parecer exagero, mas a partida do Juventude contra o Avaí, na noite desta quinta-feira, a partir das 19h15min, no Alfredo Jaconi, pode ter grandes reflexos na continuidade do trabalho em 2018 para Antônio Carlos Zago e a direção do clube.
Por parte dos dirigentes, passar de fase representa o aporte financeiro planejado no começo do ano, cerca de 1,4 milhão. Chegar na terceira fase da Copa do Brasil é essencial para que o clube navegue em águas tranquilas durante a sequência de 2018. Para Zago, o jogo significa mais.
As médias do treinador desde o retorno ao clube são muito baixas. Em 14 partidas disputadas, são apenas duas vitórias, seis empates e seis derrotas. Foram 12 gols marcados (média menor que um gol por jogo) e 20 sofridos. O aproveitamento do Juventude desde a volta de Zago é de apenas 28,5%. O número é pouco mais da metade do que o técnico conseguiu em sua primeira passagem pelo Jaconi.
Entre 2015 e 2016, teve uma campanha com 56% de aproveitamento dos pontos disputados — em 61 partidas conquistou 28 vitórias, 19 empates e 14 derrotas.
Passar pelo Avaí — que está na mesma divisão que o Juventude no Brasileirão — traz a tranquilidade para que o time consiga pensar melhor nas quatro últimas rodadas do Campeonato Gaúcho.
— É uma competição nacional e coloca cada vez mais na vitrine o nome do Juventude e o crescimento do clube nos últimos anos. Para o grupo significa mais moral ainda para seguirmos trabalhando no Campeonato Gaúcho, onde nossa posição não é das melhores, mas temos tudo para terminar entre os oito — diz o treinador, que lamenta o fato da vaga ser decidida em apenas uma partida:
— Eu acho injusto um jogo só. É uma Copa do Brasil. A Copa Itália é sempre ida e volta. A Copa da Espanha também. Em todos os países é assim, e aqui no Brasil temos jogo único. Às vezes, mesmo fazendo uma boa apresentação, pode levar um gol ou ir para os pênaltis e ficar fora. Mas temos que jogar de acordo com o que diz o regulamento. Acredito que jogando dentro de casa e com nosso torcedor incentivando, saímos um pouco mais na frente. Apesar de ser um jogo difícil, acho que temos condições de fazer uma boa apresentação.
Se não levar gol, metade do caminho para conseguir a classificação estará feito. O problema alviverde é que em 2018 o time só não foi vazado contra o Interporto, na estreia da Copa do Brasil.
— Tem que ter tranquilidade. Jogar de pé em pé, como fizemos no último jogo, nos ajudarmos como foi contra o Caxias, para que se possa ter esse equilíbrio do início ao fim. Sempre sabendo que o jogo vai terminar com 95, 96 ou 97 minutos. Não entrar em desespero e, quando tivermos a oportunidade, procurar converter em gol — concluiu Zago.