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Quem acenderia, afinal, a pira olímpica? A dúvida só foi sanada no finalzinho da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio. A estratégia do mistério parece ter dado certo. Quando Guga Kuerten entrou no Maracanã correndo, com a tocha na mão, foi ovacionado pelo público. Ao passar a pira para Hortência, novamente a cena emocionou quem estava dentro e fora do estágio. O ápice arrepiou. Vanderlei Cordeiro consagrou a cerimônia.
Mas nem só de momentos emocionantes se fez a abertura da Olimpíada. Teve vaias para o presidente interino, Michel Temer, muita fila e pouca comida para quem garantiu ingresso para o evento. Confira os altos e baixos da abertura dos Jogos do Rio.
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1. A estrela Gisele
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Assim que entrou no Maracanã, sorridente e impávida, Gisele Bündchen não apenas desfilou na "maior passarela da vida", como havia brincado, mas também recebeu provavelmente a maior ovação de sua vida: com muitos aplausos, o público recebeu a übermodel gaúcha como uma estrela, o que gerou inclusive repercussão internacional.
2. A música brasileira bem representada
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Se o esporte é um dos grandes trunfos nacionais, a música não fica atrás na lista de símbolos do Brasil internacionalmente. E a cultura brasileira foi representada de forma linda na cerimônia de abertura. Desde o início, com o samba de Zeca Pagodinho e Elza Soares e o funk de Ludmilla e MC Soffia, passando pela Garota de Ipanema e chegando ao espetáculo final, com Gilberto Gil e Caetano Veloso representando o que de melhor a música brasileira produziu e Anitta como forma de homenagem à produção contemporânea. Tudo sob muito aplauso.
3. Pouca comida e demora na entrada
Se dentro do Maracanã o show parece ter agradado a maioria do público, a entrada no estádio teve problemas: os agentes da Força Nacional que controlavam a passagem pelo detector de metais pareciam confusos com o procedimento – no fim, com pressa, diminuíram o rigor e aceleraram o processo. Dentro do estádio, o cardápio disponibilizado não agradou: além dos preços salgados (R$ 18 por um hambúrguer, por exemplo), muita coisa acabou faltando – já na metade da cerimônia, só sobravam amendoins.
4. Aplausos para refugiados, Palestina e Portugal, zoeira com a Argentina
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Durante o – longo – desfile das delegações, alguns países tiveram recepções especiais no Maracanã. O time especial dos refugiados recebeu uma gigantesca salva de aplausos, representando o respeito pela dificuldade e força dos atletas. A Palestina, reconhecido pelo COI como estado independente e digno de uma delegação na Olimpíada, também teve uma recepção especial, com muitos aplausos – algo que aconteceu também com nossos colonizadores, os portugueses. Com a Argentina, como já havia acontecido no jogo dos hermanos contra Portugal no futebol masculino, o clima foi de zoeira: algumas vaias, mais brincalhonas do que desaforadas, foram ouvidas quando os argentinos entraram no estádio.
5. Vaias para o presidente interino
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Se Michel Temer faria ou não o discurso oficial de abertura dos Jogos Olímpicos era uma dúvida. Que seguiu ao longo da noite, já que o presidente interino não teve seu nome chamado nenhuma vez. Os principais pronunciamentos ficaram com Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do Comitê Rio-2016, e Thomas Bach, presidente do COI. Temer se pronunciou apenas com a protocolar frase "Declaro abertos os Jogos da 31ª Olimpíada", e mesmo assim foi vaiado pelo público presente no Maracanã.
6. Guga, Hortência e o cara do fogo olímpico, Vanderlei Cordeiro de Lima
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O anúncio de que Pelé não iria à cerimônia plantou uma dúvida sobre quem seria, afinal, o responsável por acender a Pira Olímpica. Seria Gustavo Kuerten? Hortênsia? Ou Vanderlei Cordeiro de Lima? Pois foi o maratonista, bronze em Atenas, que teve a honra de simbolizar o início dos Jogos.
A Tocha entrou no Maracanã pelas mãos de Guga, ovacionado pelo público, e ele retribuiu emocionado e saudando o público. Saudou também Hortênsia, a rainha do basquete, que percorreu os últimos metros antes de entregar a chama a Vanderlei. O ex-atleta, premiado com a medalha Barão de Coubertin pelo seu comportamento exemplar ao ter a provável vitória na maratona em 2004 interrompida pelo irlandês Cornelius Horan, recebeu a tocha, subiu as escadas e acendeu o caldeirão que, até o dia 21, ficará acesa no Rio, marcando de forma indelével a Olimpíada 2016.
Além da pira no Maracanã, o centro do Rio também terá o fogo simbólico. A chama foi acesa em frente à igreja da Candelária por Jorge Gomes, jovem atleta da Vila Olímpica da Mangueira, de apenas 14 anos.
*ZHESPORTES