Não há lembrança recente de quatro ídolos da dupla Ca-Ju estarem ao mesmo tempo no comando técnico de seus respectivos clubes. A necessidade do futebol caxiense de se reerguer urgentemente parece ter encontrado nos ídolos do passado o combustível ideal para voltar a alçar grandes voos. Paulo Turra, Picoli, Fernando Rech e Luciano Almeida, todos na faixa dos 40 anos, são as esperanças de tempos melhores em 2015. Eles querem resgatar o orgulho do torcedor como se estivessem jogando novamente na década de 1990.
- A dupla Ca-Ju teve que sofrer bastante para olhar para a gente. Depois de várias experiências que não deram certo, aliadas com o momento de ter quatro profissionais preparados e disponíveis no mercado, chegamos nessa situação de unir o útil ao agradável. Temos que aproveitar e usar isso para resgatar o torcedor, resgatar o orgulho dele. Porque nós não só passamos pela dupla Ca-Ju quando jogadores, nós conquistamos títulos, fomos campeões. Isso é muito importante - afirma Paulo Turra, 40, zagueiro e capitão do time campeão gaúcho em 2000 e agora contratado como novo técnico do Caxias por outro ídolo do clube, o vice de futebol Washington.
Ao lado de Turra, o ex-lateral-esquerdo Luciano Almeida, o antigo homem-bomba do Centenário, terá a função de captar novos talentos para fomentar a equipe profissional e, talvez no futuro, também para as categorias de base, que devem ser retomadas num segundo momento.
- Minhas funções agora vão ser assistir aos jogos, observar jogadores, principalmente os mais jovens. A gente espera que a categoria de base do Caxias volte. É investimento, não é gasto, tanto para utilizar no time ou para negociar. Hoje, não tem como, vamos trabalhar com os quatro atletas da base antiga e vamos buscar jogadores para o profissional - explica Luciano Almeida, 39, campeão gaúcho de juniores e de duas Copinhas da FGF pelo time grená ao lado de Turra.
No Juventude, a dobradinha Picoli, 42, e Fernando Rech, 40, está em sua segunda passagem pelo clube. O ex-zagueiro campeão da Copa do Brasil de 1999 é um caso à parte no futebol de Caxias. Trabalhou nos dois clubes como treinador:
- Não é muito comum oportunizar trabalho para ex-atletas da casa como está acontecendo agora, talvez isso não aconteça mais. É um momento ímpar, eu não lembro de outra situação. O Juventude demorou para abrir as portas para ex-jogadores.
Depois que entrou, bateu recordes de tempo nos dois estádios:
- Eu consegui ficar 14 meses no Juventude e 18 meses no Caxias, períodos consideráveis para uma cultura complicada de futebol. Sempre que se dá tempo de trabalho, os resultados aparecem, se colhe algum fruto. No Juventude, nós olhamos para a base de uma forma diferente. No Caxias, fizemos um trabalho muito sério e batemos na trave perdendo o acesso para o Luverdense.
- O Picoli e o Lisca tiveram tempo no Juventude. Isso não acontece de graça, tem um trabalho por trás. Outros treinadores vieram para cá, trouxeram um monte de jogadores e nenhum serviu. Nós olhamos para a base e hoje vemos atletas que saíram daqui para grandes centros - complementa Fernando Rech.
Assim como eles foram um dia o futuro dos clubes, em times de ponta e com faixas no peito, o projeto do quarteto Ca-Ju é reerguer o futebol caxiense e revelar novos Picolis, Turras, Fernandos e Lucianos.
Quarteto campeão
Quatro ídolos da dupla Ca-Ju na casamata de Caxias e Juventude em 2015
Picoli e Paulo Turra e auxiliares Fernando Rech e Luciano Almeida foram vencedores nos clubes
Adão Júnior
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