É consenso entre os profissionais de saúde que trabalham com corrida: não adianta treinar se não houver alimentação adequada. Do contrário, a prática pode resultar em perda de massa magra e lesões.
O doutor em Nutrição e professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS) Francisco Stefani Amaro destaca que a corrida de longa duração, a normalmente praticada em circuitos de rua, demanda um gasto energético elevado, o que requer cuidados especiais na alimentação. Essas calorias gastas são encontradas nas reservas de gordura, por isso a atividade física é frequentemente adotada por quem busca emagrecer.
- A corrida tem a tendência de queimar a massa gorda, mas se não houver uma dieta equilibrada também queima massa magra, o que pode causar lesões. É preciso dar atenção ao valor energético total, e isso só um nutricionista é capaz de definir - afirma o professor.
Amaro garante que, ao contrário do que alguns atletas têm feito, não é benéfico consumir apenas proteína. O nutriente precisa ser associado a carboidratos simples e complexos, conforme o momento do dia.
- Tem muita gente que treina em jejum, mas nao é correto fisiologicamente falando. No mínimo uma hora antes, o ideal é fazer uma refeição rica em carboidrato complexo, com pão integral ou aipim - exemplifica.
Para treinos que duram até uma hora, Amaro ressalta que é essencial não descuidar da hidratação. Em treinos mais longos, a suplementação de sais minerais e carboidratros passa a ser importante também.
- No pós-treino, de 40 minutos a uma hora depois, é fundamental repor reservas de glicose com refeições ricas em carboidrato simples e proteínas, como um sanduíche de pão branco com presunto e queijo, por exemplo.
Apesar das indicações, Amaro lembra que quem define as quantidades e opções ideais para cada pessoa é o nutricionista, considerando os hábitos alimentares e a rotina de treinos.
- O melhor parâmetro é sentir que o meu corpo está organicamente bem, sem cansaço, sem gripes frequentes, sem emagrecer demais e sem lesões - indica.