Ao menos 16 pessoas foram presas em operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco) de Cruz Alta, no noroeste do Estado, na manhã desta terça-feira (29). A ação busca desarticular uma organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro resultado do tráfico de drogas.
Do total, 12 suspeitos foram presos em Cruz Alta, um em Santa Maria e dois em Santa Catarina. Também foram apreendidas armas e celulares.
A Operação Remap é resultado de investigação que dura quase um ano e apurou o envolvimento de indivíduos na movimentação de valores e no envio de grandes quantidades de drogas para a região.
O processo começou depois da apreensão de mais de R$ 88 mil em posse de um dos investigados durante abordagem da Brigada Militar, em julho de 2024. A partir do material apreendido à época, foram confirmados vínculos estreitos entre os suspeitos e uma estrutura organizada dedicada ao tráfico e à lavagem de dinheiro.
— Há um grande mecanismo por trás desse grupo de remeter a droga para a região de Cruz Alta, mas também dar condições de lavar esse dinheiro. Um dos alvos é o chefe por trás dessas remessas (de drogas). Além dele, outro suspeito tem um alto padrão de vida, mora numa cobertura no Litoral, que também é alvo de busca hoje. Já estamos bem adiantados nesses inquéritos — diz o delegado Ricardo Drum Rodrigues.
Mais de R$ 40 milhões movimentados em dois anos
Um dos principais alvos da operação é um homem que vivia em uma cobertura duplex de luxo em Balneário Camboriú (SC). Ele também tem imóveis em Cruz Alta e não foi preso até o momento.
Conforme a Polícia Civil, o grupo e as empresas investigadas movimentaram mais de R$ 40 milhões em cerca de dois anos utilizando outras empresas e pessoas físicas para ocultar a origem do dinheiro.
Além disso, evidências indicam que integrantes do grupo estão envolvidos no envio de mais de 100kg de cocaína para a região de Cruz Alta, bem como na distribuição de drogas sintéticas vindas do litoral de Santa Catarina.
A operação, que segue em andamento, cumpre 54 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão preventiva em quatro estados brasileiros, com mais de 300 policiais civis mobilizados.
Entre as cidades alvo dos mandados estão Cruz Alta, Santa Maria, Porto Alegre, Foz do Iguaçu, São Paulo e cidades do litoral catarinense.