Dos cerca de 40 torcedores que se reuniam no bar Maria da Toca neste sábado, em Caxias do Sul, para assistir à vitória da Seleção contra o Japão, três se destacavam. Uma mesa parecia uma Torre de Babel. Ouvia-se árabe, francês, inglês e um pouquinho de português.
Dois marroquinos e uma brasileira. Amine El Joudani, sua mulher, Cassandra Brunetto, e o amigo Zakaria Boudrika. Entre um petisco e outro, estavam lá conferindo a estreia brasileira na Copa das Confederações.
- Viemos ver o Brasil. Eu não costumava olhar futebol no Marrocos nem na Europa, quando morava lá. Mas aqui tem outro significado. Todo mundo vê. Acho que o Brasil tem boas chances de ganhar o campeonato, ele joga em casa - disse Amine.
O casal se conheceu no Marrocos, durante um intercâmbio de Cassandra, e veio viver aqui. Amine, que tem 28 anos, faz uma especialização em marketing, a brasileira de 30 anos é assessora de comunicação. Aqui já desde 2012, pretendem ir morar no país africano no próximo ano. Segundo Cassandra, o povo marroquino é apaixonado pelo Brasil.
- Eu estava vestindo uma camisa do Brasil, e um monte de crianças começou a me seguir. Eram cada vez mais crianças, e elas ficavam me perguntando coisas sobre futebol, sobre a Seleção.
O Marrocos está fora do mundial de 2014. Apesar de estar segundo no Grupo C das eliminatórias africanas, não tem mais como superar a Costa do Marfim e está eliminado.
Troubles
Zakaria vive na Bélgica e veio visitar o amigo. Aproveitou a viagem para fazer um mochilão pelo país. Já passou por Rio de Janeiro, São Paulo, Foz do Iguaçu e Porto Alegre. Segundo ele, foi na Capital gaúcha que encontrou mais dificuldades para se comunicar, já que não fala português.
- Na rodoviária, não conseguia comprar passagem para Caxias. Tentei desenhar um mapinha com ponto A, Porto Alegre, e ponto B, Caxias, mas ninguém entendia. Falo um pouco de espanhol, mas não foi o suficiente. Só consegui minha passagem quando o gerente veio falar comigo.
