Com 30 dos seus 55 anos de vida dedicados ao atletismo, pode-se dizer que o mundo de Gregorio Lavandoski é a estrada. E não apenas de forma figurativa, pois foi correndo que ele ganhou títulos e garantiu a subsistência. E, atualmente, tem uma casa móvel, num ônibus, onde passa grande parte do tempo viajando, ensinando uma parte do que aprendeu em palestras.
Logo que chegou em Bento Gonçalves, por volta dos 17 anos, Lavandoski atuou em algumas empresas. Pouco depois, começou a correr, primeiro sem compromisso, e conseguiu bom resultados. Em 1983, decidiu se profissionalizar, passando a treinar em dois turnos e contando com um patrocínio de três salários mínimos. Logo passou a cinco e foi evoluindo.
Ele acredita que foi o primeiro profissional a viver apenas do atletismo na região, ou um dos primeiros. Na Serra, perdeu as contas do número de vitórias, nas provas de longa distância, acima de 10 mil metros. Além disso, esteve na maioria dos Estados até o centro do Brasil e em 15 países, como Estados Unidos, Polônia, Inglaterra, Itália, Argentina e Uruguai.
- A corrida dá uma sensação de liberdade, saúde. O atleta deve ter metas, superar o frio, o calor, os adversários, a dor, o cansaço... - ensina.
Durante as décadas de 1980 e 1990, era presença assídua nas principais corridas na região. E, sempre que se apresentava para a largada, deixava aos demais participantes a sensação de que eles disputariam o segundo, terceiro, quarto lugares. No Estado, ganhou uma Maratona de Porto Alegre e foi vice em outras cinco.
No início dos anos 2000, ao lado das corridas, já na turma dos veteranos, Lavandoski resolveu investir num campo um pouco diferente, o da organização de provas, palestras para estudantes e desportistas em geral, além de mostrar o material que acumulou durante a vida de atleta. Para isso, conta com a importante ajuda da companheira Sandra Sella.
Mas, ao lado dessa atividade, ele pretende realizar um sonho ainda este ano: buscar uma medalha no Mundial Master de Atletismo, que Porto Alegre sediará em outubro deste ano. Para isso, pretende fazer a preparação em Campos do Jordão (SP), na altitude. Esse é um dos poucos títulos que ainda não possui no currículo:
- Já fui campeão gaúcho, brasileiro e sul-americano. Quero, pelo menos, uma medalha em Mundial.
Mais informações na edição impressa do Pioneiro do final de semana
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Gregorio Lavandoski construiu a vida na estrada
Corredor foi um dos primeiros profissionais do atletismo na região
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