A trajetória de André Rebechi, 47 anos, no automobilismo é marcada pelo aspecto financeiro. No início dos anos 1980, ainda numa fase romântica da velocidade, ele surgiu como uma das grandes revelações do kartismo caxiense. A vocação vinha no sangue, pois o pai, João, havia sido piloto, no tempo em que se adaptavam carros de passeio para as provas.
Depois de brilhar no kartismo, Rebechi partiu para a Fórmula Ford. Então com 18 anos, passou a morar em São Paulo, onde aprendeu a trabalhar os motores dos carros, pois não tinha dinheiro para investir em mecânicos. Assim, correu em diversos circuitos pelo país, entre o Sul e a região central, onde se concentravam os autódromos.
Em 1986, foi escolhido como revelação nacional pela imprensa. No final de 1989, Rebechi participou da montagem da única equipe caxiense de Fórmula 3 da história. Com o apoio de empresas da cidade, correu no ano seguinte pelo país e Uruguai. Nesse período, dividiu retas e curvas com alguns nomes que se tornaram muito conhecidos, como Christian Fittipaldi, Gil de Ferran, Leonel Friedrich, Renato Russo, Rubens Barrichello e outras feras.
Mas a partir daí os custos pesaram e ele foi forçado a abandonar, por falta de recursos, no final de 1990. Vendeu o carro para o caxiense Abramo Mazzochi, que exigiu que assumisse a função de preparador, o que marcou o início de uma nova etapa.
Apesar de não poder seguir no volante, Rebechi, que tinha muitos quilos a menos e longos cabelos pretos, mostra satisfação com o que fez nas pistas. E em especial pela forma como ocorreu.
- Eu tive a sorte de pegar uma época em que não precisava de tanto dinheiro. Hoje, não tem como fazer o que eu fiz - lembra, destacando que cansou de dormir ao lado do carro e em alojamentos de autódromos.
Nos bons tempos, ele chegou até a receber um convite para correr nos Estados Unidos, o que se inviabilizou justamente pela falta de recursos.
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