A Rússia afirmou, nesta segunda-feira (24), que chegou a um acordo com a Ucrânia para retirar moradores da região de Kursk, parcialmente ocupada pelo Exército de Kiev, e que eles já estavam na região ucraniana de Sumy.
"Há pessoas [moradores da região de Kursk] que já estão em Sumy hoje. Um acordo foi alcançado com a Cruz Vermelha e a parte ucraniana de que eles serão levados para a Rússia através de Belarus", disse a defensora do povo russa Tatiana Moskalkova, citada pelas agências estatais Ria Novosti e Tass.
A mídia estatal não forneceu mais detalhes. As autoridades ucranianas não fizeram nenhum anúncio nesta segunda-feira, terceiro aniversário da invasão russa na Ucrânia.
No entanto, Kiev já havia expressado seu apoio a tal evacuação, se Moscou assim o solicitasse.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Ucrânia disse que não lhe cabe confirmar o anúncio russo.
"Para operações de repatriação desse tipo, cabe às partes em conflito concordar diretamente sobre os detalhes", disse Pat Griffiths, porta-voz do CICV na Ucrânia, à AFP.
"Se ambos os lados concordarem com os detalhes, estamos prontos para apoiar a passagem segura e digna de civis que desejam retornar à Rússia", acrescentou Griffiths, acrescentando que os civis russos em Sumy já estavam recebendo assistência da Cruz Vermelha.
O Exército ucraniano invadiu a região russa de Kursk em agosto de 2024 e, apesar de uma grande contraofensiva russa, ainda ocupa centenas de quilômetros quadrados naquela área, que Kiev espera usar como moeda de troca em caso de negociações com Moscou.
A Rússia, por sua vez, ocupa cerca de 20% do território ucraniano e descartou qualquer troca territorial.
Estima-se que centenas ou mesmo milhares de civis russos tenham ficado presos pela ofensiva ucraniana contra a região de Kursk. Alguns conseguiram chegar à região fronteiriça ucraniana de Sumy.
* AFP