Um pioneiro do esporte caxiense

É difícil imaginar como seria o esporte de Caxias do Sul sem a participação do professor Mario Lozano. A partir de meados da década de 50, quando começou a trabalhar na área de educação física, ele teve influência em inúmeros avanços.

Trouxe o futsal e o handebol, foi o primeiro presidente do Conselho Municipal de Desportos e um dos pioneiros na organização dos Jogos Intermunicipais do Rio Grande do Sul (Jirgs), que tiveram em Caxias do Sul a edição inaugural, em 1967.

Para que se tenha uma ideia de como ocorreu a competição, os atletas ficaram alojados no prédio onde hoje se localiza a prefeitura, a natação ocorreu no lago do Palermo, na BR-116, e o atletismo foi realizado no quartel do 3º GAAAé. Já algumas competições de quadra foram no Cristóvão de Mendoza, e o basquete, no Parque Getúlio Vargas (dos Macaquinhos).

Mas a influência de Lozano está longe de parar por aí. Ele esteve presente na conclusão do Ginásio Pedro Carneiro Pereira, no Parque Getúlio Vargas, e coordenou a construção do Estádio Municipal, num local onde foi necessário quebrar muitas pedras.

Como professor, ele trabalhou com inúmeros jovens que se tornaram lideranças políticas, empresariais e de serviços.

- Hoje, faço os check-ups regulares com sete médicos, e todos foram meus alunos - lembra.

No apartamento onde reside, na Rua Os 18 do Forte, Lozano coleciona inúmeras fotografias, recortes de jornais, troféus e medalhas que representam uma parte do trabalho e reconhecimento. Desfrutando da aposentadoria, aos 74 anos, tem usado uma parte do tempo para reunir material que embasará um livro.

Depois de uma contribuição tão grande, Lozano observa a situação esportiva no Estado com um certo pessimismo.

- O Rio Grande é o Estado pior no esporte no Brasil. É só Inter e Grêmio. O resto é recreação - afirma.

Em Caxias do Sul, o professor também não tem gostado muito da política adotada:

- Estão usando muito dinheiro para o social e pouco para o jovem (participante de competição).

Durante os períodos de gestão, quando trabalhou em clubes e outras organizações, além de montar equipes, ele sempre procurou trazer para Caxias atletas e clubes de expressão. Assim, lamenta a falta de atrações para levar público aos ginásios e estádios:

- Tem o handebol, que sobrevive pelo esforço de alguns, a dupla Ca-Ju, com pouco apoio... Faltam bons jogos para atrair as pessoas.