Os três canelenses que pretendem dar a volta ao mundo em um veleiro até 2012 deram uma pausa na aventura e permaneceram durante sete meses na Nova Zelândia, até o final de junho, quando retomaram a viagem. Cláudio Cavalli, 31 anos, e os irmãos Augusto, 27, e Gustavo Hoffmann Schlieper, 31, ficaram boa parte do período em Auckland, a maior cidade do país.

Confira uma galeria de fotos das belas paisagens por onde passaram os aventureiros
Durante cinco meses, os canelenses ficaram nas marinas Viaduct e Westhaven, as duas principais no centro da cidade, segundo Cláudio. Nos outros dois meses, os guris aproveitaram para reformar o veleiro batizado de Canela.
- Realizamos diversos trabalhos, como a colocação de uma nova hélice e pintura do fundo do veleiro Canela. Os mais importantes foram a instalação de um sonar de última geração para medição da profundidade e a reforma completa e pintura do costado (forro exterior do casco da embarcação) - explicou Cláudio por e-mail.
A parada na Nova Zelândia, além de ser dedicada à reforma, foi também para fugir da época dos ciclones.
- A maioria dos barcos desce até a Nova Zelândia por ser um lugar totalmente seguro para fugir dos ciclones e também pela ótima infraestrutura para trabalharmos no barco - esclarece Cláudio.
Duas outras novidades marcaram a parada dos guris na Nova Zelândia. Uma delas foi a companhia do amigo biólogo João Pedro Travi, 21 anos, que desenvolve o projeto Fauna ao Vento. A iniciativa vai catalogar todo animal avistado na travessia a partir de agora e durante seis meses.
Como o Canela tem como regra sempre ter alguém acordado, isso vai viabilizar o monitoramento 24 horas por dia. Os aventureiros vão preencher uma prancheta com os dados a respeito do animal e fotografá-los.
- Esse monitoramento será feito por meio da observação do bicho e vamos colher diversas informações sobre a espécie, para entender o porquê da espécie estar naquele local e naquela época. Quando o barco estiver ancorado, será feito um levantamento da fauna presente nas ilhas. O barco apenas vai parar em algum momento se o animal estiver tendo algum comportamento pecualiar, como reprodução, amamentação - explicou João, no blog do projeto.
Com o levantamento, a ideia é publicar um artigo com todas as espécies registradas pelo projeto e comparar com a fauna marinha brasileira. A outra novidade foi a conversa com os alunos do Colégio Marista Maria Imaculada de Canela, onde os três canelenses estudaram. Em abril, os guris conversaram com alunos da primeira série do ensino fundamental por MSN.
- Os alunos perguntaram sobre a cidade (Auckland) e o país, como era a vida dentro de um barco e durante as viagens. Nos sentimos orgulhosos em colaborar de alguma forma com a educação destes alunos. Quem sabe um deles acaba virando um velejador um dia - acrescenta Cláudio.
Agora, a parada é no arquipélago de Fiji, no Pacífico Sul, segundo Cláudio, um lugar onde se encontram uma das melhores ondas do mundo. E os canelenses estão vivendo um momento histórico na ilha: conforme Cláudio, o surf foi liberado no local depois de 15 anos.
- Os recifes, onde se quebram as melhores ondas de Fiji, eram licenciados para os resorts que ficam nas ilhotas ao lado do recife. Então, para surfar lá, era preciso ser hóspede de algum desses resorts. Para nós, velejadores, é quase inacreditável uma parte do mar ter dono - surpreende-se Cláudio.
Agora, os aventureiros estão em Denarau, uma outra ilha em Fiji. A viagem dos guris termina em 2012, em Porto Alegre. Até lá, eles vão passar ainda pela Austrália, Indonésia, Mar Vermelho e Canal de Suez. A quarta e última etapa será na Europa e no Brasil. Acompanhe a aventura pelo site do Destino Canela.
