
Caxias do Sul fechou o primeiro trimestre deste ano com mais contratações do que demissões. De janeiro a março, o maior município da Serra gerou um saldo de 3.854 vagas com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e foram divulgados na tarde desta quarta-feira (30). Um balanço positivo que pode ser comemorado nesta quinta-feira, Dia do Trabalhador.
Os três primeiros meses do ano fecharam no azul. Março, no entanto, foi o período que apresentou avanço mais tímido para o mercado formal de trabalho, com apenas 45 novos postos de trabalho gerados. Janeiro havia registrado saldo de 1.472. Fevereiro finalizou com 2.337.
No terceiro mês do ano, o desempenho teve protagonismo do setor de serviços, com 166 vagas geradas, e da indústria, com 135 novos postos de trabalho. O comércio e a construção também registraram mais contratações que demissões, com 67 e 12 carteiras assinadas respectivamente. A agropecuária, no entanto, ficou no vermelho, com saldo de -335, em virtude do fechamento de safras.
Doutor em Economia, Mosár Leandro Ness avalia que os setores estão fazendo uma espécie de "operação de reciclagem" de mão de obra, com número expressivo de contratações, mas com desligamentos em número similar. O resultado é um saldo discreto.
— O que chamou atenção foi que a indústria, que é o nosso grande polo gerador de postos de trabalho, que geralmente contrata mais do que demite, em março fez os processos na mesma proporção. Houve um volume de desligamentos superior aos meses anteriores, o que resultou num saldo significativamente baixo — aponta.

Ainda em relação à indústria, o economista observa que houve retração na demanda de alguns segmentos, como o de carrocerias e reboques, por exemplo, o que impacta diretamente na necessidade ou não de mão de obra dentro das empresas caxienses.
— Agora, ao que tudo indica, a indústria está retomando esse movimento de crescimento nas suas vendas e desovando os estoques, voltando então a produzir e, consequentemente, contratar — projeta Ness.
O economista ainda ressalta que março costuma ter a característica de equilibrar as contratações e as demissões, o que, na opinião dele, não é motivo para entrar em estado de alerta. A título de comparação, em 2024, o terceiro mês do ano teve saldo de 138 novas vagas e, em 2023, de -139 postos.
— Ainda é cedo para ficarmos preocupados, porque esse é um movimento sazonal, na minha opinião. Vamos aguardar, agora, o movimento de abril para poder verificar se essa tendência de queda vai se manter ou se o próprio mercado vai revertê-la e voltaremos a ter uma expansão — diz Ness.