O setor de serviços vem se recuperando gradativamente em saldo de vagas de emprego formais geradas em Caxias do Sul, desde a queda brusca registrada em 2020 durante o período de restrições da pandemia de covid-19. Somente no setor de alojamento e alimentação, nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022 (primeiro ano com as atividades retomadas), a área teve um aumento de 93,41% em oportunidades geradas no maior município da Serra. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com os últimos indicadores, de maio de 2023, divulgados no dia 29 de junho.
O setor de serviços inclui os segmentos de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais; alojamento e alimentação; informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas; serviços domésticos; transporte, armazenagem e correios; outros serviços.
Dos três primeiros grupos, comumente mais expressivos em número de vagas, o segmento de alojamento e alimentação foi o mais afetado em 2020. Somente nesse setor, nos primeiros cinco meses daquele ano, o setor registrou o saldo de -911 vagas. Em 2021, foram -71 oportunidades. No ano passado houve o primeiro saldo positivo no mesmo período, com 167, ainda segundo o Caged. Neste ano, os primeiros cinco meses registraram o saldo de 323 vagas geradas, ou seja o aumento de 93,41%.
Desempenho do setor de alojamento e alimentação
Conforme explica o economista Mosár Leandro Ness, a tendência de aumento no número de vagas no setor de serviços era esperada, principalmente após a estabilização da área industrial. De acordo com Ness, o setor da indústria continuou produzindo mesmo durante a pandemia e registrou uma estabilização nos últimos dois anos.
— Já no setor de serviços, que praticamente teve as atividades paralisadas, assim como o comércio, vimos o retorno das atividades. Por consequência, com esse retorno, o setor volta a contratar. Essa volta é natural que aconteça nesse momento — explica o economista.
O cenário para o setor nos próximos meses vai depender do ritmo da economia, conforme Ness. Atualmente, em Caxias, o setor é visto como primordial para o crescimento econômico do município é o do agronegócio, com uma expansão estimada em 20%. Entretanto, as condições climáticas do município podem acabar contribuindo para quedas em safras e, consequentemente, baixas também no setor.
— Vai chegar em um nível, em breve, de estabilização também para os serviços, assim como ocorreu para a indústria e o comércio. Então, o que podemos dizer, com certeza, é que estamos gerando mais postos de trabalho neste ano, mas quando comparamos com o ano passado, por exemplo, estamos gerando em uma velocidade menor. O que nos faz entender que estamos em um processo de esfriamento, que é lento, mas a economia está esfriando — pontua Ness.
Na última semana, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmou que o crescimento no setor de serviços no Rio Grande do Sul teve um avanço de 2% em maio, acima da média nacional, de 0,9%. No acumulado do ano, o setor de serviços tem alta de 7,5% no Estado. Nos últimos 12 meses, o crescimento é de 8,2%.
Na oportunidade, o vice-presidente de Serviços da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias, Eduardo Michelin, disse que os feriados e o clima mais frio ajudaram o setor de serviços, especialmente restaurantes e hotelaria, não apenas em Caxias, mas em toda região – o que explica também a alta no Estado.
– O que elevou esse setor de serviços foi a questão dos feriados em maio e houve um pouco de frio. O pessoal, por exemplo, migrou para Gramado. Também melhorou o deslocamento aéreo – observou o vice-presidente.
Para Michelin, os eventos gastronômicos e as feiras de negócios devem seguir impulsionando o segmento, como a realização da Mercopar, que será de 17 a 20 de outubro, em Caxias do Sul.
O sonho do trabalho com alimentação
Dentro de uma das áreas mais afetadas por causa da pandemia de covid-19, o setor que trabalha com alimentação registra um momento positivo em termos de oportunidades de emprego geradas em Caxias. Por outro lado, empresários que atuam na área dizem que enfrentam problemas de escassez de mão de obra.
Conforme explica o maître Elmar Alves, o setor de turismo cresce gradativamente e, com ele, novos empreendimentos voltados para a gastronomia estão chegando na cidade. A partir disso, já está sendo percebida uma alta procura por garçons com qualificação para atuar na área e que tenham interesse em se profissionalizar no setor.
— O momento que estamos passando agora no mercado caxiense, que teve uma alta nos últimos meses com empreendimentos novos, o nosso setor não consegue acompanhar na mão de obra. E muito disso acontece por causa da matriz industrial da cidade. É preciso mostrar que (também) há caminhos dentro da gastronomia, onde é possível construir uma carreira bem-sucedida. É importante qualquer forma de curso, seja pago ou gratuito, porque existe essa necessidade de qualificar o mercado — relata Alves.
Dentro dos cursos ofertados em Caxias do Sul para a profissionalização de garçons, está um privado que ocorre semestralmente na Universidade de Caxias do Sul (UCS), com duração de dois meses, onde o maître é um dos professores — maître é um profissional atua na elaboração do cardápio junto aos chefs, assim como na escolha das bebidas, entre outras atribuições.
Além deste curso, no mês passado, a Diretoria de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa) formou a segunda turma do curso Profissionalizante de Garçom. A iniciativa prioriza pessoas em situação de vulnerabilidade social e que não estejam trabalhando formalmente, para que tenham qualificação e sejam inseridas no mercado de trabalho. Dos 14 profissionais formados, seis eram moradores em situação de rua.
Com o objetivo de reconstruir uma parte da vida que acabou sendo perdida entre as dificuldades do destino, Volmir Fernando Ribeiro Schaefer, de 57 anos, foi uma das pessoas que buscou no curso da Smapa a oportunidade de se desenvolver ainda mais na área que conhece desde a infância. Fruto do casamento entre um garçom e uma cozinheira, Schaefer lembra com carinho e orgulho do incentivo que recebeu dos pais.
— Os dois já faleceram. Nasci em uma família pobre. Minha mãe e meu pai trabalhavam para sustentar a gente (ele e o irmão), nos deram estudo e eu me apaixonei pela gastronomia. Terminei meus estudos e sempre fiz cursos para aprender um pouco de tudo e ter sempre opções do que fazer. Gastronomia é o meu forte, é uma coisa de família, porque sempre estive ao redor da minha avó e da minha mãe para aprender. Em comida caseira mando bem, sempre fazia os almoços em família e quero entrar de cabeça mesmo neste universo — conta o garçom.
Ex-proprietário de uma lancheria, que contava com cerca de 12 funcionários, Schaefer vivenciou durante a pandemia uma reviravolta. A morte da mãe, dos sogros, o casamento que terminou e o despejo do apartamento onde morava, foram algumas das situações que contribuíram para que se tornasse um morador em situação de rua.
Por cerca de cinco meses, foi observado pelo olhar preconceituoso e julgador de dezenas de pessoas que, conforme ele recorda, estavam dispostas a apontar o dedo e criticar sem imaginar a história de vida de cada pessoa que tem as ruas como única opção de sobrevivência. A barriga comumente farta, se tornou vazia. Em diferentes momentos precisou pedir ajuda para ter o que comer.
— Acho que a coisa mais difícil para um ser humano é passar fome. Saber que logo ali, algum tempo atrás, você tinha comida à vontade e, de uma hora para outra, você está passando fome. Às vezes eu ia pedir e acabava ganhando, mas as pessoas são muito preconceituosas. Elas acham que estão diante de um vagabundo, um delinquente, um usuário de drogas e julgam a gente dessa forma, sendo que eu nunca tive um boletim de ocorrência na minha vida — conta Schaefer.
A união amarga entre fome, frio e o preconceito foi usada como incentivo para que buscasse ajuda o Frei Jaime Bettega, conhecido da primeira esposa do garçom, que já morreu. O religioso aconselhou a Schaefer que buscasse o Centro Pop Rua de Caxias, onde acabou sendo encaminhado para a casa de acolhimento São Francisco, local que mora atualmente.
— Essas casas são muito importantes e fazem um trabalho abençoado. Lá eles dão a oportunidade, inserem de novo na sociedade e qualificam. Basta querer. Quando você quer, as coisas acontecem. Lá fiz tratamento de dente, consegui roupa, alimentação, tenho onde dormir e sei que daqui a pouco vou conseguir voltar para onde eu estava. Com essa experiência, quero tentar passar um olhar diferente para as pessoas. Mostrar que nas ruas tem pessoas boas, que querem mudar. Às vezes eles só estão esperando essa abertura das pessoas. Precisa ter uma mão sem preconceito para puxar e inserir eles na sociedade de novo — relata Schaefer.
Pai de uma jovem de 18 anos, o garçom fala com orgulho da vontade da filha de cursar cinema na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e das notas altas que tirou no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim como ele encontrou a paixão pela gastronomia a partir do convívio com a família, foi o aprendizado de teatro que ele próprio teve na juventude, que serviu como um dos incentivos para a filha encontrar amor no universo artístico.
Vislumbrando realizar os objetivos estabelecidos pela vontade de dar a volta por cima, Schaefer atualmente trabalha em dois estabelecimentos de Caxias e sabe que precisa ter dedicação para chegar aonde quer. Para o garçom, a riqueza no universo da gastronomia é suficiente para que qualquer pessoa dedicada tenha a oportunidade de crescer, mas é necessário que todas as peças do quebra-cabeça estejam unidas harmonicamente.
— A pessoa mais importante em um restaurante primeiro é o cliente. O garçom é uma das peças fundamentais, porque o chef de cozinha pode fazer uma comida maravilhosa, mas, se o garçom não souber receber bem, vai tudo por água abaixo. Então, assim como o chef e a equipe de limpeza, o garçom é uma peça fundamental para o funcionamento de um estabelecimento, seja ele do ramo que for. E Caxias está crescendo, precisa existir mão de obra que esteja disposta a se aperfeiçoar e fazer esse trabalho bem feito — conta Schaefer.
Para o garçom, uma das coisas que faltam em Caxias é o olhar do público e uma identificação pessoal com o setor. Apesar de ser uma cidade majoritariamente focada na indústria, o incentivo em despertar o desenvolvimento dessa área pode contribuir para que a cidade se torne um polo turístico, acredita o profissional, assim como em muitos municípios vizinhos.
Grato pelos professores que encontrou nos cursos que fez, atualmente tem o objetivo de continuar buscando qualificação e trabalhando para ter experiência e conseguir juntar dinheiro. A partir daí, quer reabrir o próprio negócio para se dedicar com todo carinho que carrega pela gastronomia. Para Schaefer, o período atual e o que passou nas ruas são momentos que serão lembrados quando chegar aonde quer.
— Levo na bagagem mais aprendizado, amadurecimento, conhecimento da vida e o saber aonde quero chegar. Sei que preciso me levantar e não vou ficar a vida toda morando em uma casa de acolhimento. Quero abrir o meu negócio e isso é uma questão de capital, questão de tempo, trabalhar para juntar capital e começar de novo. Começar com uma portinha pequena e aumentar essa porta — pontua o garçom.
Conforme o maître Elmar Alves, o sonho de Schaefer é possível, pela dedicação que ele está disposto a aplicar na área. Como todas as outras áreas profissionais que exigem esforço e aprendizado, a partir do curso de garçom, os profissionais que atuam no setor podem buscar o curso de maître international, mixologia (profissional que mistura métodos de gastronomia aos drinks, transformando a experiência sensorial de quem vai beber) e sommelier, funções que pagam salários altos e sofrem pela falta de pessoas qualificadas.
— Encontrar garçom está difícil, mas maître e sommelier é ainda mais difícil. Estamos na região da uva e do vinho, então essa escassez de mão de obra é horrível. Quem decide entrar e se dedicar, a partir do momento que segue toda a cadeia (de cursos profissionalizantes), o resultado disso é ter o próprio restaurante, porque houve especialização e dedicação. Em torno de três anos, aquele que se dedica já está dominando todas as áreas de um restaurante e está supervalorizado dentro do mercado — afirma Alves.
O espaço novo e a busca por mão de obra
Enfrentando o problema de falta de mão de obra qualificada mencionada pelo maître, um dos novos estabelecimentos da cidade, o Quinta São Luiz, abriu diversas lojas novas em um complexo inspirado em mercados públicos europeus. O local, entretanto, busca por profissionais que tenham capacitações mencionadas por Alves.
Conforme o proprietário do empreendimento, Vicente Perini Filho, está sendo percebida uma baixa procura para atuar na área, que é de extrema importância para o funcionamento de um setor inteiro.
—Essa baixa procura é uma pena para o setor. Sabemos que existem cursos profissionalizantes, mas as pessoas precisam querer crescer na profissão. Quando você quer crescer na área e ter sucesso, precisa se dedicar e gostar daquilo. Aqui é um mercado industrial e infelizmente vemos que falta essa vontade nesta área, onde muitos fazem como bico e não buscam a profissionalização — conta Perini.
Na opinião do empreendedor, o trabalho de garçom é responsável por cerca de 90% do funcionamento ideal de um estabelecimento. Para isso, é preciso ter dedicação em profissionalização, onde existe a preocupação com o atendimento qualificado, linguagem corporal, cuidado consigo mesmo e com a imagem passada para os clientes.
— Trabalhar com público é uma área bonita, eu acho essa área rica, pela oportunidade de crescer. Muitas vezes até maior do que o trabalho na indústria. O bom atendimento faz com que o garçom receba gorjetas e crie laços e uma relação de confiança com os clientes, o que cativa as pessoas a frequentar um lugar. Então, é preciso ter esse carinho e dedicação, porque quanto melhor for o atendimento, maior será o retorno do trabalho bem feito — afirma Perini.
O carinho e dedicação mencionados pelo proprietário do Quinta são incentivos para José Francisco Souza Rodrigues, de 61 anos, que atua no setor há cerca de 35 anos. Com a profissão de garçom, encontrou experiência e crescimento profissional em diferentes estados do país.
— É gratificante trabalhar nesta área. Trabalhei em restaurante, hotel, cantina, choperia, fui para Curitiba, Florianópolis e estou há um ano em Caxias. Acredito que toda oportunidade é uma soma de conhecimento e é gratificante poder entregar um bom serviço e, quem sabe, contribuir para o crescimento do turismo aqui em Caxias — conta Rodrigues.
Para o garçom veterano, a área é uma oportunidade de crescimento profissional e pessoal. Foi trabalhando como garçom que conheceu culturas diferentes e pessoas de países como Uruguai, Argentina e Itália.
— Gosto de ver o cliente bem atendido, porque muitas das vezes eles voltam nos chamando pelo nome e isso é gratificante. Acredito que essa é uma profissão muito boa, com campo para trabalhar. Então, querer ser um bom profissional, buscar aprender com a possibilidade de aprendizado que tem hoje em dia, se esforçar, buscar conhecer os vinhos, cozinha, os produtos que vendemos, pode fazer qualquer pessoa detonar e se dar muito bem — afirma o garçom.
A dedicação para o sucesso
Um exemplo da dedicação para o crescimento mencionada pelo garçom, é o atual sócio-gerente de uma das casas Di Paolo, tradicional restaurante da Serra. Abraçando as oportunidades que recebeu ao longo de 29 anos trabalhando no local, Márcio Luiz Macagnan lembra de quando começou a lavar louça em uma das unidades de Garibaldi, quando tinha 15 anos. Depois de fazer trabalhos como auxiliar de marceneiro e jardineiro, encontrou no restaurante a vontade de se desenvolver profissionalmente.
— Comecei a pegar gosto pelo negócio e eles foram me dando oportunidades. Fui para o caixa, trabalhei como garçom e com o tempo assumi como líder. A empresa permite esse crescimento e oferece curso para quem quer participar. Com cursos de formação de liderança, eu recebi a oportunidade de ser sócio para tocar uma loja. Fui sócio de uma loja em Bento Gonçalves e vim para Caxias, onde acompanhei o projeto, construção, formação de equipe e a expansão das outras lojas. O restaurante é a minha vida, é o que eu sei fazer e o que eu gosto — afirma o sócio.
Com a gratidão que tem pelo crescimento que vivenciou dentro da empresa, deseja para outros profissionais que trabalham no local a dedicação para que também tenham oportunidades. Conforme revela Macagnan, o desenvolvimento para que evoluam para outras áreas é gradativo e depende do amor pelo trabalho.
— Tem que gostar do que faz, porque é um trabalho onde você precisa estar disponível nos finais de semana, à noite e nos feriados. Aqui temos profissionais que chegam com experiência e também aqueles que não têm, mas nós ensinamos cada função e nosso padrão de trabalho. Nos preocupamos com eles e se estão felizes no ambiente de trabalho, porque isso faz diferença. Fazemos avaliações para entender se desejam seguir na área, qual o objetivo eles têm e depois de tudo surgem as oportunidades de crescer. Podem se tornar líderes de grupo, gerentes, sócios. Todos os sócios dos restaurantes são formados nas casas Di Paolo — conta Macagnan.
O alinhamento das mesas, arrumadas precisamente com pratos, talheres e guardanapos em ordem, combina com o cenário em tons terrosos e iluminação ambiente. Com o objetivo de ganhar o coração dos clientes, o local oferece ainda um espaço equipado com lareira e os mais variados rótulos de vinhos para tornar cada experiência especial.
Com o desejo de também se tornar um sócio do restaurante, o gerente operacional Jean Carlos Dalcortivo começou trabalhando na copa, foi garçom e está há cerca de um ano na nova função. Conforme revela o gerente, a nova responsabilidade exige mudanças de comportamento e maior foco no trabalho.
A dedicação para aprender a exercer funções diversas é um dos pilares para que o gerente continue buscando se desenvolver na área. Com o amor pela gastronomia, que adquiriu enquanto aprendia a cozinhar, acredita que a perseverança contribui para que atinja os objetivos profissionais que tem para si.
— Nosso legado aqui é fazer com que as pessoas sempre saiam mais felizes do que quando entraram. Então, nosso trabalho é feito para isso, ele começa pelo preparo ali na cozinha, sem eles não conseguimos servir o pessoal. Cada um tem o seu papel, para que seja feito o melhor atendimento possível. Eu gosto muito de cozinhar, atender pessoas, meu objetivo é me tornar um novo sócio, se isso acabar não acontecendo, eu pretendo abrir o meu próprio negócio no ramo da gastronomia — afirma Dalcortivo.