Ano novo, vida nova. Esse é um sentimento comum que vai desde um penteado diferente, um novo estilo, novos objetivos, um emprego diferente ou se recolocar no mercado de formal trabalho. O momento é ideal para ajustar o foco profissional, já que Caxias do Sul e a região vivem um período de reaquecimento da economia, com novas vagas que surgem diariamente.
As perspectivas de aumento dos postos de empregos formais ao final de 2021, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), são um bom sinal no horizonte, principalmente depois de dois anos de pandemia.
— Nós temos a expectativa por essa manutenção na geração de empregos, mesmo que em janeiro, historicamente, o desempenho não seja muito positivo. Ao mesmo tempo, estamos em um ano diferente porque iremos ter eleições e a gente sabe que funciona diferente. A economia não é exata, ela funciona dentro de uma sociedade e se relaciona com a saúde, com a pandemia e outros agentes. Eu vejo que alguns setores estão sendo impactados pela variante Ômicron, afastando funcionários. Isso até pode parecer aleatório, mas também se refletirá na economia — explica a economista Lodonha Maria Portela Coimbra Soares, professora e coordenadora do Observatório do Trabalho da UCS.
O mês de janeiro refletiu muito bem esse contexto, visto que muitas empresas afastaram funcionários contaminados por covid-19 por 10 dias, que é o tempo em que pacientes ainda estão com taxas altas de propagação do vírus.
O movimento começou a mudar a partir da segunda quinzena, quando as empresas começaram a retomar a abertura de vagas. O Grupo INV Recursos Humanos precisou se readaptar à essa nova realidade, justamente para conseguir suprir essa necessidade de atendimento aos seus clientes.
— Esse movimento fez a gente se preparar para essa virada de ano. Nós aumentamos o quadro de profissionais, efetivando trainees para ter um profissional aqui por mais tempo. Estágio tem carga horária reduzida e aumentou nossa demanda, necessitávamos ter uma carga horária maior e efetivamos a colega, além de aumentar o quadro. Nossa principal busca hoje é da indústria, então temos uma demanda mais intensa de volume de vagas. Necessitamos mais pessoas de todo processo de triagem, para seleção, entrevistar os candidatos e entregar ao cliente aquele perfil mais próximo da sua necessidade — explica Dieyse Anne Silva, coordenadora da equipe e contratação da INV.
Quem ficou feliz com essa ampliação de equipe foi Sarah Nascimento, de 21 anos. A estudante de psicologia ingressou na empresa em maio de 2021 como estagiária e foi efetivada no último dia 1º de fevereiro. Ela trabalha diretamente no recrutamento e triagem de candidatos para as demandas da INV. Parte de uma cadeia que pode ajudar muitas pessoas.
— Essa é a melhor parte, quando temos o retorno e um feedback positivo. Nós não ajudamos apenas aquela pessoa, mas toda uma família. Isso é gratificante — ressalta Sarah, que agora entende perfeitamente essa importância:
— Nesse período de pandemia é importante ter o nosso emprego e o nosso dinheirinho. Agora eu vou dar o meu melhor para seguir evoluindo e conseguir uma segurança financeira maior.
Desalento reduz com reaquecimento do mercado
O mercado retomando aberturas de postos formais de emprego também traz uma gama maior de candidatos para cada vaga. Isso é uma reação normal para os trabalhadores, onde muitos deixam de serem considerados desalentados.
Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país encerrou 2021 com 5,1 milhões de pessoas nessa condição.
— Estatisticamente, quando alguém para de procurar emprego por um mês já é considerado desalentado. Quando a economia começa a florescer, essas pessoas buscaram novamente o trabalho e isso aumenta a taxa de desemprego, porque os desalentados apareceram novamente nas estatísticas. Outro fator que não conseguimos mostrar estatisticamente foi o aumento do trabalho informal, que em Caxias gira em torno de 35% da população ativa e em idade de trabalhar envolvida com algum tipo de informalidade — explica a professora Lodonha.
Os dados expõem um novo momento, mas para aqueles que querem ser reintegrados ao mercado é preciso estar atento. Aquela velha forma de entregar currículos num papel impresso está perdendo espaço. O serviço online cresceu na pandemia e até o recrutamento, atualmente, é praticamente todo de forma remota e exige que os candidatos estejam atualizados a essa tecnologia.