As novas restrições estabelecidas no decreto da prefeitura de Caxias do Sul, publicado tarde desta quinta-feira (04), provocaram reação por parte das entidades que representam comerciantes no município. Com o objetivo de conter o avanço da pandemia, o prefeito Adiló Didomenico reeditou as normas do distanciamento controlado na cidade. Entre as novas medidas está a limitação de venda apenas a gêneros alimentícios, bebidas e produtos de higiene e limpeza nos supermercados e similares
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Renato S. Corso, afirmou, em nota, que a entidade reconhece a gravidade da situação sanitária, mas que também se preocupa com a crise econômica, defendendo que a saúde e a economia caminhem lado a lado e cobra contrapartidas dos governos que compensem as perdas dos estabelecimentos.
“Reconhecemos que o momento é muito crítico para a saúde, com o crescimento exponencial no número de casos e o esgotamento dos leitos de UTI. Estamos extremamente preocupados com a crise na saúde, mas, por outro lado, muito apreensivos com o agravamento da crise econômica, especialmente nos setores do comércio e dos serviços. Defendemos que a saúde e a economia precisam andar juntas. Mas, com impacto da bandeira preta, que inviabiliza o funcionamento do comércio e dos serviços, sabemos que os setores sofrerão fortemente e que esses prejuízos acarretarão em demissões e fechamento de estabelecimentos. Estamos cumprindo as determinações, mas queremos uma contrapartida dos governos, como isenção de impostos e prorrogação de datas como os pagamentos dos ICMS e IPTU, já que, praticamente mesmo sem faturar, os empresários terão que arcar com os tributos. Não adianta o comércio permanecer fechado e alguns outros segmentos continuarem abertos. O que defendemos é igualdade no funcionamento de todos os setores econômicos. O comércio não é o responsável pelo agravamento da crise sanitária que estamos vivendo, mas, sim, as festas clandestinas que continuaram acontecendo, o Carnaval e as aglomerações em praias. Precisamos retomar nossas atividades com consciência e responsabilidade”, afirma.
O Sindilojas destacou que a prefeitura atendeu a uma reivindicação do sindicato patronal, proibindo a venda de produtos da linha branca, como eletrodomésticos, bem como vestuário, utilidades domésticas e calçados em grandes redes de hipermercados, supermercados e fruteiras. A presidente, Idalice Manchini, avalia que a medida atenua, mas não resolve a situação do comércio, que permanece fechado.
“Seguiremos lutando para que o comércio possa abrir as portas novamente. Vamos sempre defender o comerciante para que tenha o atendimento do cliente seja garantido, buscando o equilíbrio entre a saúde e a economia”, afirma Idalice, também em nota.
As duas entidades disponibilizam canais de atendimento para orientar os comerciantes. Na CDL, o contato com o setor jurídico deve ser feito pelo telefone (54) 3209.9802. A assessoria jurídica do Sindilojas atende pelo telefone 99700-2555 e também pelos e-mails juridico@sindilojascaxias.com.br e assistentejuridico@sindilojascaxias.com.br.