Oficialmente, a Mercopar abriu no dia 17, com a presença do governador Eduardo Leite (PSDB). No entanto, o mutirão de 850 profissionais das áreas de limpeza, segurança, som, montagem de estruturas, equipe de saúde, equipe de tecnologia, equipe de comunicação visual e recepcionistas, responsáveis por produzir a feira, já estava sendo mobilizado há cerca de 60 dias. Nos setores de limpeza e segurança, ocorreram centenas de contratações em Caxias do Sul, por meio de um apoio do Sine.
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Antonio Neto, 52, é proprietário da Virtus – Serviços de Limpeza e Portaria, de Porto Alegre – e representante comercial da Fortes Segurança, de Soledade. Ele diz que mantém uma parceria de longa data com a Fiergs e, por esse motivo, puderam participar, em Porto Alegre, de um evento teste para saber se os protocolos pensados funcionariam em uma grande feira como é o caso da Mercopar. Foi isso que deu mais segurança à realização da feira em Caxias, explica Neto.
– Nosso primeiro desafio foi com relação ao tempo. Tínhamos de contratar um grande número de pessoas, e só foi possível porque tivemos ajuda do Sine, que nos cedeu uma sala para as entrevistas e agendou com os candidatos – revela.
Neto diz que 89 pessoas responderam à vaga de limpeza, enquanto que mais de 200, à vaga de segurança, apenas em Caxias do Sul. Mesmo assim, foi necessária uma nova rodada de seleção dos candidatos, porque, com a exigência dos protocolos, foi preciso ampliar o número de trabalhadores. Nas duas áreas, segurança e limpeza, estiveram atuando na feira 394 pessoas.
Uma das selecionadas foi a desempregada Kacilda Corrêa, 53, que atuou na Mercopar como auxiliar de limpeza.
– Sou técnica em segurança no trabalho, mas estou desempregada desde fevereiro, ainda antes de a pandemia começar. Vi essa vaga temporária no Facebook do Sine e fui fazer a entrevista. Me contataram no dia 9 de outubro e começamos a trabalhar na limpeza dia 14 de novembro – conta Kacilda, divorciada e mãe de duas filhas, já adultas.
A função de Kacilda durante a Mercopar era higienizar bancos, cadeiras e mesas no estande do Sesi. Cada vez que uma pessoa se levantava de uma cadeira, por exemplo, ela tinha de passar um pano com álcool para que então pudesse ser utilizada por outra. Isso ocorreu em todos os setores da Mercopar. A respeito da oportunidade de trabalho que recebeu, mesmo entendendo ser temporária, Kacilda é esperançosa.
– Olha, não está fácil. Eu estou indo atrás e não estão contratando. Para mim, essa foi uma porta que se abriu. O importante é a oportunidade. Vai que alguém observe meu trabalho e acabe me contratando?
Kacilda é formada em técnica em segurança do trabalho desde 2016, mas nunca atuou nesse cargo.
– Naquela época, estava no auge, mas hoje está difícil. Sabe, eu não me importo em começar de baixo e aprender.