Há uma grande expectativa no segmento de caminhões. Assim como ocorre com os carros, o aumento das vendas é animador porque remete ao crescimento econômico do Brasil. O auge do setor foi em 2011, com 180 mil unidades comercializadas no país. Para este ano, a projeção é de chegar a 90 mil unidades.
A reação vista no varejo parte das empresas que estão trocando a frota de cinco anos de uso por caminhões novos. Conforme a Fenabrave, Caxias do Sul aparece como a oitava cidade que mais vendeu caminhões no mês de outubro em todo o Estado.
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— Tem também aquele com caminhão usado de 10 anos e comprou um seminovo de quatro, cinco anos, o que vende mais. Por último, surge o autônomo, que voltou a aparecer nos usados — analisa Rui Carlos Chitó, diretor comercial da concessionária Mecasul.
Heleno Pasuch, 34, veio de Nova Roma do Sul para adquirir um caminhão compacto para transporte de peças da indústria e atesta a retomada.
_ Tinha um caminhão de 1989 e compramos um novo porque agora o serviço aumentou, há demanda.
Com a perspectiva de um PIB maior para 2020, as lojas tendem a vender entre 110 mil e 120 mil. Rui tem ressalvas.
_ Se o PIB crescer 2%, voltamos ao patamar de antes. A grande trava é a política de levar veículos de mais de 20 anos para a estrada. Se aumentar a frota, vai precisar de infraestrutura, e isso não tem _ alerta o empresário.
Para o diretor, as empresas operam atualmente com menor lucro e redução de gastos, uma regra básica de sobrevivência num ramo competitivo.
_ O nível de pós-venda não mudou, mas tivemos que readequar o setor de venda em função da crise, redistribuir as áreas _ revela Emerson Chitó, diretor de operações da Mecasul.
Caminhões
:: 194 caminhões foram comercializados em Caxias de janeiro a outubro deste ano, média de 19 unidades/mês, conforme a Fenabrave/ Sincodiv. Em todo o ano passado, a cidade comercializou 213 caminhões, média de 17 unidades/mês.
Força do setor de usados e seminovos
Se o varejo de carros novos recupera o fôlego, o mesmo pode ser dito do mercado de carros seminovos e usados, alternativa para quem não pode pagar mais caro.
Estimativas apontam que as negociações movimentam quatro vezes mais veículos do que o segmento de novos, mas esse número pode ser muito maior, uma vez que a informalidade é a marca de parte do segmento. Em média, o Detran registrou 300 transferências de veículos a mais todos os meses neste ano em relação ao ano passado. A queda que havia nas vendas ocorreu em 2016 e houve até fechamento de revendas.
— Hoje, não dá para reclamar — garante Gustavo Focchesato, administrador de uma revenda de veículos no Centro de Caxias.
Ele entende que a procura seguirá em alta porque a desvalorização dos veículos novos está cada vez mais acelerada com lançamentos frequentes de modelos e versões. Logo, as pessoas preferem optar por um seminovo pelas vantagens da baixa quilometragem e do conforto por um preço mais acessível.
— Em 2019, deslancharam as vendas. São taxas específicas e com juros bem menores para quem financia menos de 50% do valor — explica o revendedor.
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