Agroindústrias familiares de Caxias do Sul, São José dos Ausentes e Bom Jesus ganharam medalhas em premiação nacional do queijo artesanal. O V Prêmio Queijo Brasil ocorreu entre a última quarta (18) e o domingo (22) em Florianópolis.
Em Caxias, a agroindústria Rosa, de São Jorge da Mulada, no distrito de Criúva, ganhou medalha de ouro pelo queijo colonial. Para o casal de produtores, o queijo artesanal representa a maior parte da renda.
— A renda, quando fabricamos o queijo, é mais que o dobro do que quando apenas vendemos o leite — comenta Deisiane da Rosa, que trabalha junto com o marido, Edilávio.
A agroindústria, antes, comercializava o queijo serrano, feito a partir do leite cru, que foi fabricado durante 25 anos na propriedade. Mas precisou suspender a produção após ações de fiscalização do município e parou de fazer queijo durante um ano. Quando reabriu a produção, adaptada a exigências legais, começou a comercializar o queijo colonial, que passa pelo processo de pasteurização.
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A queijaria Rosa foi uma das três que tiveram amostras enviadas para os avaliadores do prêmio pela Secretaria Municipal da Agricultura de Caxias do Sul. O concurso é organizado pela Associação de Comerciantes de Queijos Artesanais Brasileiros (Comerqueijo). Conforme a secretaria, dentre mais de 700 inscritos em todo o país, 135 atingiram a pontuação para conquistar a medalha de bronze, 84 ganharam prata e 61 conquistaram o ouro.
Em São José dos Ausentes, a Fazenda Rincão Comprido, na comunidade do Chapadão, distrito de Silveira, ganhou a prata pelo queijo serrano com 120 dias de maturação.
— Somos pequenos produtores, mas que amamos muito o nosso local e o que fazemos. Com amor, com carinho, e com tradição — comemora a fabricante Edinaira Pereira Lopes.
Ela, que trabalha na propriedade familiar junto com os pais, conta que o conhecimento da produção de queijo serrano é passado de geração em geração há cerca de 200 anos.
Ainda na região, a Fazenda Chácara das Pedras, de Bom Jesus, recebeu a medalha de bronze com o queijo serrano de 60 dias de maturação, o mínimo permitido por lei. A produção é da família de Alexander Feijão, na localidade de Boca da Serra.