
Mônica Riffel, consultora em maturidade, co-founder do MaturiLAB.
O diálogo interativo, a abertura para o outro, a compreensão mútua e a renovação dos espaços de convivência são excelentes indicadores de que a vida pode ser rica e prazerosa, envolvendo todas as gerações.
A presença simultânea das gerações, envolvendo crianças, jovens, adultos e idosos permite trocas de energia física, mental e emocional, estabelecendo, ao mesmo tempo, limites e possibilidades de cada um no seu tempo. Mas convém ressaltar que a intergeracionalidade só é possível se cada geração reconhece no "outro" um momento evolutivo e fundamentado na própria existência. Na verdade, a pessoa torna-se multigeracional quando transita por várias gerações que possuem diferentes estilos de vida.
Envolver as diversas gerações em programas de apoio e suporte social leva a pensar, desde muito cedo, na necessidade de preparar crianças, jovens e adultos para conviverem juntos em uma sociedade mais solidária e colaborativa.
Contudo, isso tem sido um grande desafio para as lideranças, especialmente nas empresas. É preciso evitar o isolamento das gerações, os conflitos entre elas, a fim de construir uma cidadania mais real e produtiva, fortalecendo a cultura organizacional e o desenvolvimento dos negócios.
Afinal, cada geração possui características próprias e formas diferentes de adquirir conhecimento. Sua relação com a tecnologia também é distinta, o que impacta na escolha das ferramentas para o aprendizado.
É necessário reconhecer que as gerações constituem-se em espelhos diante das outras, mas que cada uma delas tem seus próprios interesses e maneiras de pensar. Dessa forma, uma metodologia que pode ser adotada no meio corporativo é a Mentoria Reversa, que aproveita a experiência dos maduros para acelerar a caminhada dos mais jovens, e esses, compartilhando conhecimento, sobretudo sobre o mundo digital.
Se as empresas aderirem esse olhar de integração entre as gerações, será possível perceber uma aprendizagem melhor graças à troca mútua e constante, além do conhecimento que será transmitido. Aqueles que estiverem dispostos a aderir essa prática vão enriquecer as relações, melhorar a produtividade, e melhorar a energia do local, que estará mais equilibrada.
Contudo, o mais relevante é pensar em estratégias adequadas e mais afetivas que respeitem as características de cada geração. Conhecer seus valores, saber no que acreditam como se comportam e como aprendem será o foco principal para que uma organização possa olhar para frente. As lideranças precisarão entender que a educação do futuro depende da forma que integram e conectam as gerações.