O Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS) divulgou, nesta semana, o Boletim Juventude e Mercado de Trabalho 2019: Base de dados RAIS 2017. O estudo também analisa como a crise econômica, iniciada em 2014 e agravada em 2015 e 2016, afetou a empregabilidade dos jovens na cidade.
Em 2017, ano base da pesquisa com dados consolidados, havia 153,7 mil vínculos de trabalho formal em Caxias do Sul, sendo que foram fechados 2.039 postos de trabalho em relação a 2016, uma variação negativa de 1,30%. Umas das principais conclusões do balanço foi a diminuição de vagas entre os jovens, principalmente os que estão ingressando no mercado de trabalho. Para a faixa de até 17 anos, a queda foi de 28,53% sobre o ano anterior. Para os jovens entre 25 e 29 anos, a redução foi de 4,7%. Ao comparar o estoque de empregos 2017 com 2013, houve retração de 18 mil postos de trabalho dos jovens em todas as faixas etárias.
A pesquisa também analisa outras variáveis como idade, sexo, escolaridade e remuneração dos trabalhadores para traçar o perfil da juventude no mercado de trabalho caxiense. Dos 47,7 mil jovens que trabalham formalmente em Caxias, 26,3 mil são do sexo masculino e 21,4 mil são do sexo feminino. A remuneração mensal média em Caxias do Sul era de R$ 2.899,39 no ano base do estudo. Os pesquisadores também constatam que a maioria da população jovem é empregada no setor da indústria de acordo com o próprio perfil da cidade.
Os trabalhadores de 25 a 29 anos representam 15,43% da participação total dos jovens empregados formalmente em Caxias do Sul. A faixa etária de 18 a 24 anos vem na sequência, com 14,66%. Apenas 1,41% é o percentual de trabalhadores da cidade com menos de 17 anos.
A pesquisa observa também que 62,7% dos trabalhadores na faixa de 25 a 29 anos tem o Ensino Médio completo. Já na escolaridade de Ensino Superior, a maior participação ocorre na faixa etária de 30 anos ou mais com 20,5%. Os dados mostram que a educação superior ainda chega mais tarde na vida do trabalhador.
Outro dado que chama atenção é que o número de trabalhadores jovens vem reduzindo. A participação de jovens no mercado de trabalho caxiense, em 2017, foi de 31,0%, a menor verificada desde 2013. Segundo os pesquisadores, pode ser reflexo da redução do número de filhos das famílias, da crise do setor no mercado de trabalho, da informalidade e, ainda, do próprio envelhecimento populacional.