O plano de recuperação judicial do grupo Moda Viva, aprovado nesta semana, prevê o pagamento em dinheiro para a maioria dos credores. O valor atualizado da dívida, sujeita a recuperação judicial, é de R$ 19,4 milhões, conforme os administradores judiciais. Ao todo, são 255 credores.
Apenas um empresário emprestou R$ 5,5 milhões e vai ter a dívida quitada com um imóvel da empresa, localizado na Rua Júlio de Castilhos, entre as Ruas Garibaldi e a Visconde de Pelotas. Outros R$ 6 milhões têm como credores fornecedores, como lojistas. Os bancos foram excluídos do processo da recuperação judicial e somavam R$ 815 mil em créditos. A maior parte do restante da dívida foi contraída com as próprias empresas do grupo.
_ Elas contraíram empréstimos uma com as outras e, também por isso, tivemos a aprovação do plano com ampla maioria _ explica a advogada Aline Ribeiro Babetzki, que representa o grupo Moda Vida.
O plano prevê que os credores da classe trabalhista recebam em até 12 meses após a homologação do processo. Os demais fornecedores, como lojistas e pequenas e médias empresas, devem receber de acordo com prazos estabelecidos conforme o valor da dívida, não podendo ultrapassar o prazo de 10 anos.
Para o pagamento dos credores sem garantia real, caso desses fornecedores, o plano também prevê a possibilidade de vendas de três imóveis pertencentes ao grupo em Caxias, cuja avaliação dos bens somados é de R$ 1,7 milhão, mas a advogada destaca que a intenção inicial não é vender os ativos.
Proprietários de imóveis que são alugados para as lojas do grupo vão receber em 60 meses. Conforme a advogada do grupo, não há intenção de fechar nenhuma das nove unidades. São seis em Caxias do Sul, sendo duas delas em shopping, e três lojas em Vacaria.
Aquiles Maciel, um dos admistradores judiciais do processo, aponta que o resultado da assembleia, que aprovou essas medidas para a reestruturação da empresa, deve ser peticionado na 1ª Vara Cível nesta terça-feira. Os prazos para pagamentos só passam a valer após homologação do plano pela Justiça. O pedido de recuperação judicial foi feito em abril de 2017.